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Política caótica

Na quarta-feira passada, em palestra proferida no Clube Militar do Rio, o general Heleno Pereira, comandante militar da Amazônia, citado há poucos dias neste blog, alertou novamente sobre os riscos à soberania nacional que a demarcação contínua de reservas indígenas em área de fronteira oferecem. Isso bastou para que o presidente chamasse o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e lhe cobrasse explicações sobre as declarações do militar. Um funcionário que participou da reunião contou à imprensa que as critícas do general foram interpretadas como indisciplina e quebra de hierarquia.

Os militares por força de disposições regulamentares encontram-se sujeitos aos princípios de hierarquia e disciplina, mas isso não significa que uma autoridade possa restringir-lhes os direitos e garantias fundamentais possam ser desrespeitadas. Expressa em vários documentos internacionais, como a Declaração do Direitos Humanos, e consagrada em textos constitucionais, a liberdade de expressão e informação compreende a faculdade de expressar livremente idéias, pensamentos e opiniões, bem como o direito de comunicar e receber informações verdadeiras sobre fatos, sem impedimentos nem discriminações. Em vez censurar, Lula devia conceder-lhe uma medalha. Como profissional responsável pela manutenção de nossas fronteiras, o general apenas chamou a atenção para um problema grave, relegado a segundo plano pelos que transitoriamente dão as cartas. Como cidadão, exerceu um direito assegurado. Onde, então, a falta? Soa mais como uma tentativa idiota de intimidação e de reafirmação de uma "autoridade" que não se consubstancia por causa de sua inapetência, incapacidade, e da burrice ideológica que norteia suas ações.

Enquanto isso, os baderneiros do MST, sob o beneplácito do governo, este sim, negligente e inepto, em um ataque orquestrado invadem fazendas, bloqueiam ferrovias, paralisam pedágios, ocupam prédios públicos e promovem manifestações e ilegalidades sem serem incomodados. Se alguém deveria ser admoestado, este é o governo, em especial, o presidente, por colocar em risco a integridade do território nacional, a economia e a segurança de bens públicos e privados.

Diferentemente do governo, o general Heleno lucidamente, com conhecimento de causa, não se omite, nem age movido por interêsses políticos. Com coragem, espírito público e patriotismo aponta mais uma mazela deste (des) governo. Acho bom que ninguém ouse fazer-lhe reparos; prestigiado entre seus pares e pela sociedade, o militar é um profissional experimentado e, como em outras ocasiões, neste caso presta mais um inestimável serviço ao Brasil.

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