Há muito deixei de assistir ao famigerado Programa do Jô. A falta de apetite para fazer o que se propõe - entrevistar - o egocentrismo com que trata os convidados e a falta de educação que permeia suas entrevistas foram as principais razões deste afastamento. É inescapável o ciúme que contamina o untuoso artista ao perceber a distância que o separa de um eventual entrevistado melhor articulado e com conhecimentos superiores aos dele, e isso é outra das minhas restrições ao já vetusto cômico. A anunciada presença do Senador Garibaldi Alves no programa, apesar de tudo, me fez abrir uma exceção e me dispor a assisti-lo. Se arrependimento matasse, eu nem estaria aqui desabafando.
Ontem, como soe acontecer, Jô Soares fez mais uma das suas renomadas indelicadezas, tanto com o entrevistado como com o público telespectador: - tirou de Brasília o presidente do Senado e do Congresso Nacional, únicamente para fazer uma entrevista ridícula, pontuada de piadas bobas e previsíveis e uma sucessão de abobrinhas. Foi desalentador! Se isso é o que temos de melhor (que eu sempre discordei), estamos bem mal parados.
Não dá pra saber se foi uma escolha do entrevistado ou se foi o Jô Bonzão que optou por passar longe de temas que fervilham em Brasília como a proposta de terceiro mandato, as futuras eleições nos municípios, o dossiê gestado na Casa Civil, a CPI dos cartões corporativos recém-criada na Casa, a relação do pemedebista com Lula e outros que o distinto público teria todo interêsse de ouvir do presidente da Cãmara Alta, e não passou nem perto de qualquer deles.
Em vez disso, a produção, o Jô ou os dois, fizeram o senador dançar com uma linda dançarina de bolero, e ele, trôpego, desajeitado, sem ritmo, constrangido, arrastou-se pelo "salão" improvisado atendendo ao pedido do desagradável entrevistador. Ficou evidente o desconforto do político e o prazer cruel do Jô observando essa situação. Uma meia dúzia de frivolidades foi o fio condutor de um papo insôsso e desinteressante. Tanto isso é verdade, que o "caso" mais interessante abordado pelo presidente do Senado foi um passeio em Ipanema onde, segundo ele, foi abordado por um transeunte que aproveitou a oportunidade para pedir um emprego. Quanta informação! Que acontecimento! Fiquei emocionado. De raiva.
Minha conclusão é que, por perversidade, pura ignorância ou falta de profissionalismo, o avantajado e sem graça ex-humorista submete os que ainda perdem tempo assistindo o programa, a uma verdadeira sessão de auto-promoção, um festival de grosserias e vulgaridades - avacalhando seus próprios colegas de palco, e não raro o entrevistado - e uma pastosa platéia de puxa-sacos, manobrada pelo assistentes e o próprio apresentador, para com seus gritos e gargalhadas passarem um clima de entusiasmo e admiração. É enganado quem quer.
O meu ex-colega de Candido Mendes, que dirige o programa, Willem Weerelt, naquela época um combativo cabo man, deveria se recusar a participar desse desserviço que a televisão brasileira presta à nação, servindo aos notívagos como eu, um festival de cretinice e iniqüidades como este.
Ontem, como soe acontecer, Jô Soares fez mais uma das suas renomadas indelicadezas, tanto com o entrevistado como com o público telespectador: - tirou de Brasília o presidente do Senado e do Congresso Nacional, únicamente para fazer uma entrevista ridícula, pontuada de piadas bobas e previsíveis e uma sucessão de abobrinhas. Foi desalentador! Se isso é o que temos de melhor (que eu sempre discordei), estamos bem mal parados.
Não dá pra saber se foi uma escolha do entrevistado ou se foi o Jô Bonzão que optou por passar longe de temas que fervilham em Brasília como a proposta de terceiro mandato, as futuras eleições nos municípios, o dossiê gestado na Casa Civil, a CPI dos cartões corporativos recém-criada na Casa, a relação do pemedebista com Lula e outros que o distinto público teria todo interêsse de ouvir do presidente da Cãmara Alta, e não passou nem perto de qualquer deles.
Em vez disso, a produção, o Jô ou os dois, fizeram o senador dançar com uma linda dançarina de bolero, e ele, trôpego, desajeitado, sem ritmo, constrangido, arrastou-se pelo "salão" improvisado atendendo ao pedido do desagradável entrevistador. Ficou evidente o desconforto do político e o prazer cruel do Jô observando essa situação. Uma meia dúzia de frivolidades foi o fio condutor de um papo insôsso e desinteressante. Tanto isso é verdade, que o "caso" mais interessante abordado pelo presidente do Senado foi um passeio em Ipanema onde, segundo ele, foi abordado por um transeunte que aproveitou a oportunidade para pedir um emprego. Quanta informação! Que acontecimento! Fiquei emocionado. De raiva.
Minha conclusão é que, por perversidade, pura ignorância ou falta de profissionalismo, o avantajado e sem graça ex-humorista submete os que ainda perdem tempo assistindo o programa, a uma verdadeira sessão de auto-promoção, um festival de grosserias e vulgaridades - avacalhando seus próprios colegas de palco, e não raro o entrevistado - e uma pastosa platéia de puxa-sacos, manobrada pelo assistentes e o próprio apresentador, para com seus gritos e gargalhadas passarem um clima de entusiasmo e admiração. É enganado quem quer.
O meu ex-colega de Candido Mendes, que dirige o programa, Willem Weerelt, naquela época um combativo cabo man, deveria se recusar a participar desse desserviço que a televisão brasileira presta à nação, servindo aos notívagos como eu, um festival de cretinice e iniqüidades como este.
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