Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de abril, 2017

Resposta ao advogado de Lula, por Merval Pereira

Recebi de Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente Lula, uma carta em que, além de considerações sobre a atuação do Grupo Globo, faz críticas ao meu trabalho e aponta o que seriam incorreções e mentiras da coluna publicada na sexta-feira com o título “Segredo de Polichinelo”. As opiniões do advogado sobre minha atuação ou a do Grupo Globo não têm a menor importância, mas fatos que ele taxa de mentirosos ou distorcidos merecem uma contestação, que passo a fazer. Diz Cristiano Martins que o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, em seu depoimento, admitiu que Lula jamais teve a chave ou usou o imóvel; jamais manteve qualquer pertence pessoal no local; jamais teve qualquer título de propriedade do apartamento, o que demonstraria que não é o proprietário do imóvel. Esqueceu-se o advogado de que Leo Pinheiro respondeu a perguntas sobre o tema de maneira bastante direta: não havia chave nem poderia haver objetos pessoais por que o apartamento estava em obras. E, a pedido do próprio ex

Com um advogado desses, quem precisa de acusadores?

A defesa de Lula pirou, e acabou entregando o cliente de bandeja ao juiz Sergio Moro. Em sua coluna, Merval Pereira mostra que Cristiano Zanin é ainda mais incompetente do que pensávamos. Um autêntico ADEVOGADO. "Lula é o verdadeiro dono do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia. E mandou o dirigente da empreiteira OAS Léo Pinheiro destruir qualquer tipo de documento que evidenciasse o pagamento do tríplex pelo então tesoureiro do PT João Vaccari, que, segundo Pinheiro, foi feito com propina resultante de obras da Petrobras. O segredo de Polichinelo chegou ao fim com os depoimentos do ex-presidente da empreiteira OAS Léo Pinheiro e as delações dos executivos da Odebrecht. E Cristiano Zanin, o advogado do ex-presidente, ajudou a esclarecer as coisas com suas perguntas pretensamente ardilosas. A certa altura, perguntou se Lula havia deixado algum objeto pessoal no tríplex, querendo provocar uma negativa que demonstraria que não seria o dono. Mas no sítio de Atibaia, há objetos pes

Uma ideologia a serviço da corrupção, editorial d'O Globo

Fonte que parece inesgotável de revelações de meios e maneiras de se fazer tráfico ilegal de dinheiro extorquido do contribuinte — por se originar do superfaturamento de contratos com estatais —, a videoteca das delações da Odebrecht mostra como a proliferação dessas empresas e a ideologia lulopetista estão na base do maior assalto já praticado aos cofres públicos.  Tudo foi facilitado pela visão intervencionista, terceiro-mundista, estatista do lulopetismo, radicalizada por Dilma Rousseff, somada à desmesurada participação do Estado na economia do país.  Com estatais-chave aparelhadas, assim como segmentos da administração direta, foi possível, por exemplo, Emílio Odebrecht, interlocutor direto de Lula, fazer pedidos insensatos ao ex-presidente — e ser atendido. Até por meio de intermediários. Um deles levou o BNDESa usar linha de crédito subsidiado pelo Tesouro — dinheiro do contribuinte — para financiar a construção do Porto de Mariel, em Cuba. Emílio relata que o caudilho v

Primeiramente, fora Lula!, por Ricardo Noblat

Primeiramente, fora Lula! Lula viveu de obséquios. Vive. O dinheiro não o atrai. A rotina da política, tampouco. O conforto e as facilidades, sim. Terceiriza a missão de obtê-las Quem foi Marcelo Odebrecht? O mandachuva do país durante o reinado do PT? O chefe de uma sofisticada organização criminosa? Ou o “bobo da corte” afinal preso e forçado a delatar? E Lula, quem foi? O primeiro operário a chegar ao poder? O maior líder popular da História? Ou o presidente que fez da corrupção uma política de Estado? Marcelo será esquecido. Luiz Inácio Odebrecht da Silva, jamais. Em dezembro de 1989, poucos dias após a eleição do presidente Fernando Collor de Melo, o deputado Ulysses Guimarães (PMDB-SP), ex-condestável do novo regime, almoçava no restaurante Piantella, em Brasília, quando entrou a cantora Fafá de Belém, amiga de Lula. “Como vai Lula?”, perguntou Ulysses. Fafá passara ao lado dele o domingo da sua derrota para Collor. E contou: “Lula ficou muito chateado, mas começamos a beber e

Prender Lula só por causa disso?

Prender Lula só porque lavou dinheiro ocultando duas propriedades? Só porque ganhou imóveis e reformas de empreiteiras às quais tinha favorecido? Só porque recebeu propina fingindo que fez palestras que nunca deu? Só porque fez o BNDES emprestar 8 bilhões para Odebrecht fazer obras sem concorrência em países bolivarianos? Só porque comandou uma organização criminosa que quebrou a Petrobrás? Só porque contratou sondas superfaturadas da Schahim para receber comissões e dinheiro sujo para a campanha? Só porque mandou acobertar o assassinato do prefeito Celso Daniel pagando com dinheiro da comissão das sondas? Só porque fez a Petrobras fornecer nafta à Braskem abaixo do valor de mercado por vários anos, causando prejuízo superior a 5 bilhões segundo o TCU? Só porque saqueou os palácios ao ir embora, levando não só presentes de Estado como até a prataria da casa? Só porque escolheu e elegeu uma presidente incompetente, despreparada, desequilibrada e burra, propositadamente, esperando com is

Os normais

por Guilherme Fiuza, O Globo. Artigo publicado em 08.04.2017 O Partido dos Trabalhadores (PT) soltou uma nota oficial esclarecendo que está tudo normal na Venezuela. Essas notícias horríveis que você recebe são a versão conspiratória da grande imprensa, que junto ao governo brasileiro golpista quer atacar a esquerda no continente (não é licença poética, procure a íntegra). Quase ao mesmo tempo, engrossando a ofensiva fascista da direita, Sérgio Moro condenou o companheiro André Vargas a mais quatro anos de prisão em regime fechado. Você já se esqueceu de quem é André Vargas — mas não se preocupe, isso é normal. Ninguém é obrigado a decorar James Joyce, nem a literatura completa da Lava-Jato. André Vargas foi um meteoro petista, desses que viravam personalidades proeminentes da República da noite para o dia — na época em que os companheiros mandavam nisso aqui. Um dia André Vargas não era ninguém, no outro era vice-presidente da Câmara dos Deputados, desafiando publicamente Joaquim Barb