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Mostrando postagens de 2015

Adeus, 2015! Tudo por fazer em 2016.

Afinal, chegamos! O último dia de 2015. Um ano que não vai deixar saudade. Sequer vale a pena relembrar os por quês. Eles são muitos, e remetem a perdas enormes, especialmente, da esperança, da alegria, do otimismo, da confiança e até da fé. Não quero enveredar pela trilha do "eu avisei", "só vocês não viram" e "a culpa é de quem votou nela", mas não está fácil. Sim, há muitos culpados, e, claro, quem ainda pensava que estaria mantendo um projeto de governo voltado para os mais necessitados, de reforço das tais "conquistas sociais", não é tão culpado assim. É preciso não esquecer que, em primeiro lugar, eles foram enganados. Caíram, de novo, no canto da sereia. Pensando bem, um ano que começou sob o signo da renovação do mandato da Dilma, obtido, sabe-se lá sob que condições, não podia ser bom, nem acabar bem. Os verdadeiros culpados são os que há 13 anos logram a nação, vendem gato por lebre, se aproveitam da boa vontade e da inocência do povo,

Apesar de vocês

TEXTO DE EDUARDO AFONSO: Meu caro Chico, Me perdoe, por favor se a minha admiração não é mais irrestrita. Hoje você apoia quem manda roubar, roubou e tem roubado, não tem discussão. Não se importa em ver a Pátria Mãe, tão distraída ser subtraída em tenebrosas transações. O que será que lhe dá, pra defender quem não tem decência, nem nunca terá, quem não tem vergonha, nem nunca terá, quem não tem limite? Cantei cada uma das suas canções como se fosse a última. Li cada livro seu como se fosse o único. E, olhos nos olhos, dói ver o que você faz ao defender quem corrompe, engana e mente demais. Não é por estar na sua presença, mas você vai mal. Vai mal demais. Eu te vejo sumir por aí, arruinando a biografia - que se arrasta no chão -, cúmplice de malandro com aparato de malandro oficial, malandro investigado na Polícia Federal. É, Chico, você tá diferente, já não te conheço mais. Quem te viu, quem te vê. - trocando em miúdos, pode guardar as sobras de tudo que não conseguirem roubar. Apesa

Na corte de Bolívar

Por Ruy Fabiano “Existe um projeto de bolivarização da Corte. Assim como se opera em outros ramos do estado, também se pretende fazer isso no tribunal e, infelizmente, ontem tivemos mostras disso”. A frase não é de um oposicionista (personagem, aliás, em extinção), contrariado com as manobras anti-impeachment do STF, perpetradas quinta-feira passada, mas de um ilustre integrante daquela Corte, de que já foi presidente, o ministro Gilmar Mendes. De fato, o Supremo, ao se atribuir a prerrogativa, que não tem, de estabelecer o rito do processo de impeachment, que a Constituição atribui às duas casas do Congresso, bagunçou – e aviltou - ainda mais o quadro político-institucional do país. Legislou, reinterpretou a Constituição e, ao final, ainda nas palavras de Mendes, ao “fazer artificialismos jurídicos para tentar salvar (a presidente)”, colocou “um balão de oxigênio em quem já tem morte cerebral”. Ou seja, deu sobrevida a um cadáver político e reduziu ainda mais a taxa de esperan

Ricardo Noblat: o vale-tudo de Lula é transgressão e golpe

Com água (suja, diga-se) chegando ao pescoço, Lula entrou em campo para o que for. Fez mudanças no governo, aumentando a tutela sobre Dilma. Agora, opera para evitar a ida do amiguinho Bumlai à CPI do BNDES. É o mais forte indicativo de que Bumlai pode comprometê-lo pelos favores expropriatórios que ele concedeu ao “compadre”, com dinheiro público. Uma espécie de batom na cueca (de Lula). Também é notória sua atuação para colocar Henrique Meirelles no lugar de Joaquim Levy. Com amplos poderes, Meirelles representará a total sujeição de Dilma ao vale-tudo de Lula com a intenção de manter a sangria que impõe aos brasileiros. Para carimbar a possibilidade do impeachment como golpe, Lula conseguiu uma declaração de outro apadrinhado seu, nada menos que o presidente do STF. Inacreditável que um ministro do Supremo, exercendo a presidência da Corte, entre na arena das disputas políticas como uma espécie de cabo eleitoral. Na contramão do que pensam e vivem todos os brasileiros, Lewandow

A guerra é o caminho, inexorável.

Os acontecimentos da sexta-feira 13, em Paris, são mais uma mostra de que a humanidade caminha para uma reciclagem. As forças da intolerância, do ódio, do racismo, do totalitarismo, da xenofobia, estão prevalecendo, em toda parte. O preconceito e a discriminação estão nos conduzindo a um inevitável e, por muitos desejado, confronto. E assim como de outras vezes, milhões vão sucumbir por causa das idéias e vontades de poucos. Já que a natureza não tem tido forças para controlar a explosão demográfica, será a mão do próprio homem que vai fazer isso. O poderio bélico à disposição dos poderosos é suficiente para destruir o planeta e, em algum momento, esse botão vai ser apertado. Isso não vai livrar a raça humana dos boçais, dos déspotas, dos canalhas ou dos vigaristas. Todavia, a necessidade de refundação, possivelmente, vai fazer erguer uma nova sociedade, talvez mais consciente, mais solidária, menos voltada para o próprio umbigo e mais disposta a respeitar a velha máxima que ensina que

Meu primogênito

Há exatos 33 anos, à zero hora deste mesmo dia 10 de novembro, no ano da Copa de 1982 - aquela que o Brasil teve o seu melhor time depois de 1970 - pela primeira vez, experimentei a incrível sensação de ser pai. Foi uma das maiores alegrias que senti na minha já longa jornada. Assim como tudo que é novidade, no princípio fiquei meio confuso, incrédulo, inseguro. Mas, logo fui tomado por uma euforia e uma sensação de realização, quase indescritíveis. A expectativa era enorme, e a espera valeu a pena. Minhas responsabilidades estão aumentando, foi um dos primeiros pensamentos; em compensação, o convívio, as revelações, a companhia e o que virá serão o outro lado maravilhoso desse desfecho da gravidez. E assim foi. Ele chegou lindo, forte, pesando quase 3,7 kg, vermelho, e com a testa achatada. Hehehe... Resultado de ter ficado encaixado durante meses e acabar saindo por uma abertura feita pelo homem. Nada que não se modificasse em poucos dias e o fizesse ainda mais encantador. Ele

Metáfora perigosas, por Merval Pereira

Às vésperas das manifestações contra o governo Dilma programadas para amanhã em todo o Brasil, a ameaça do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Vagner Freitas de pegar em armas para defender a presidente e o ex-presidente Lula de um suposto golpe dá o tom de irresponsabilidade com que está sendo tratada a questão. Nada mais próximo da Venezuela atual do que a imagem de um líder sindicalista, dentro do Palácio do Planalto e ao lado da presidente, a quem, chama de “presidenta”, falando em ficar armado nas trincheiras para supostamente defender a democracia. Nada mais antidemocrático do que esse tipo de abordagem, que não foi contestada pela presidente. O máximo que Dilma conseguiu foi defender um diálogo com quem acabara de falar em armas, que só viraram retóricas mais tarde, depois que a repercussão do despautério mostrou à CUT que ela não pode assumir um papel belicoso quando trata de democracia. Pelo twiter, o chefão da CUT mandou avisar que estava usando uma linguagem

Para Tico Santa Cruz

Grande pensador contemporâneo, Tico Santa Cruz. Ontem você postou um texto sobre a crise, com maluquices tão absurdas que resolvi te enviar uma resposta, não só como economista, mas como cidadã brasileira consciente. Você está em dúvida se existe realmente uma crise, já que apesar de estarmos passando um momento de retração da economia, tivemos 10 anos positivos, com pessoas tendo acesso à carros, imóveis e etc. Tiquinho, meu bem, a tia te explica: Primeiro que tínhamos uma farra de preços de commodities e nunca incentivamos a indústria de forma consistente, correndo o risco de essa farra acabar e a receita cair, não tendo outra fonte substancial para segurar o crescimento. Segundo que, tudo que as pessoas compraram nesses últimos anos foi às custas de redução de juros drástica e imatura, que incentivou o crédito demasiadamente, além de preços administrados controlados artificialmente, assim como redução de impostos para diversos bens de consumo. Os gastos públicos só aumentaram sem re

Para Ana Stella, minha prima

Um mestre judeu um dia enfatizou que era importante não elogiar a pessoa que morreu, mas deixar que suas boas ações falassem por ela. Citando uma carta que seu sogro escrevera em 1920, após o falecimento de seu próprio pai, explicou que um verdadeiro líder é como um pastor que jamais abandona o seu rebanho, deixando atrás de si uma filosofia e um curso de ação definido. Dessa forma, explicou, “ele está ainda mais presente que durante a sua vida, pois sua alma está livre das restrições físicas do tempo e espaço.” Antes que possamos responder a pergunta “O que é a morte?” devemos primeiro perguntar: “O que é a vida?” A medicina afirma que há vida enquanto o cérebro e o coração da pessoa estão em funcionamento. Porém, uma pessoa pode estar biologicamente viva mas não ter vida. Oscar Wilde costumava dizer que “viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”. A verdadeira fonte da vida, a energia que permite ao corpo funcionar, é a alma. E a alma, como está conectad

A derrocada, por Gustavo Franco

A publicação do balanço auditado da Petrobrás é fato histórico, sem ser novidade, pois foi uma confissão formal e irretratável A publicação do balanço da Petrobras para 2014 abre um capítulo particularmente revelador de um desmoronamento amplo, espetacular e de dimensões históricas, mesmo que ainda incompleto. Diante dessa catástrofe, espera-se que nunca mais o país ouça sem um arrepio os conceitos que orientaram esse experimento de petropopulismo, heterodoxia fiscal e “capitalismo de quadrilhas” (na falta de melhor tradução para crony capitalism, um fenômeno já bem identificado em outros países). É de se esperar que este terremoto vá bem além da candidata eleita, ou da economia, que já vinha mal, pois atacará de frente um conjunto de ideias, ou uma ordem que seria simplório designar apenas como petista, pois vai muito além dos patéticos personagens associados à tesouraria do PT, seus líderes encarcerados e amigos da empreitada. O país quer um novo paradigma em matéria de política, e d

Lambança leva Dilma a jogar última cartada

por Ricardo Kotscho Agora vai ou racha, é tudo ou nada. De lambança em lambança, já no desespero, sem ter mais para onde correr, após ser rejeitada até por um Eliseu Padilha da vida, Dilma Rousseff entregou o comando político do governo ao seu vice, Michel Temer, presidente do PMDB. Duas semanas atrás, foi o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, quem anunciou a demissão de Cid Gomes, então ministro da Educação. Terça-feira, a substituição de ministros desceu na hierarquia. Sabem quem anunciou que Padilha não aceitaria o convite de Dilma para deixar a aviação civil e assumir a articulação política? Foi um tal de Leonardo Picciani, jovem líder do PMDB na Câmara, um dos bate-paus da bancada particular e suprapartidária que Cunha elegeu em outubro. Quer dizer, virou zona, é fim de feira de um governo que está desmilinguindo antes mesmo de completar os primeiros 100 dias. Acabou a liturgia do poder que José Sarney tanto prezava para pelo menos disfarçar sua falta de poder. Dilma, mais uma ve

O grande culpado, editorial do Estadão

Não precisa ser muito inteligente para saber que esta lambança é culpa do Lula. Na verdade, a culpa maior é, em primeiro lugar, dos que o elegeram. Não fosse muitos dos que me lêem terem "vencido o medo", e sido "audaciosos" e "aventureiros", para não dizer outras coisas, e não teríamos gente tão despreparada, gananciosa e vigarista a decidir os destinos do Brasil. Houve os que pecaram por omissão e os que, deliberadamente, os colocaram fora do lixo, de onde não deviam ter saído. Meu dedo estará, eternamente, apontado para vocês, seus MERDAS! A grave crise política e econômica na qual o País está mergulhado coloca Dilma Rousseff na berlinda. E não poderia ser diferente. Afinal, ela é a presidente da República e tem demonstrado uma inacreditável inépcia no exercício das funções de primeira mandatária. Mas uma análise conjuntural que amplie o foco de observação da cena política para além dos episódios do dia a dia e se projete sobre os 12 últimos anos expõe

A crise é o PT

Rui Falcão, presidente do PT, pede punição às redes de TV, que, segundo ele, deram publicidade às manifestações do dia 15. Confunde notícia com publicidade por Ruy Fabiano Diz-se que uma foto vale mais que mil palavras – e um símbolo mais que mil fotos. Uma das primeiras providências que Lula tomou, ao chegar à Presidência da República, foi mandar recortar na grama do jardim do Palácio da Alvorada uma imensa estrela do PT e pintá-la de vermelho. Estavam ali simbolizados os valores que pautariam os sucessivos governos petistas. Governo e partido – pior: Estado e partido – passaram a ser uma coisa só, numa linha de raciocínio segundo a qual o que é bom para o PT é bom para o Brasil. Portanto, apenas o PT – e ninguém mais – sabe o que é bom para o Brasil. Dentro dessa lógica, cabem todo o Mensalão, o Petrolão e outras caixas pretas ainda não vasculhadas (BNDES, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica etc.). O PT inventou a corrupção do bem – e a defende com ódio sincero. Ainda que a

Por que insistir em pedir o impeachment?

Por Paulo Rio de Janeiro O recado que os dois patetas trouxeram à nação a ninguém interessa ou merece atenção.  Pacote anti-corrupção? Reforma política?  Tão de sacanagem, só pode. Como é que o mesmo partido que HOJE foi denunciado pelo PGR como tendo recebido mais de 130 (CENTO E TRINTA) MILHÕES DE DÓLARES de propina pode se declarar apto a baixar um pacote que combate a eles mesmos?  A reforma política desejada pelo PT é uma que eles já praticam: financiar suas campanhas com dinheiro público. Aliás, fazem isto há bastante tempo!  Estão zombando da nossa cara, com certeza. Cada mandato de deputado custa ao país, por deputado, por exemplo, quase 10 milhões. A Câmara, sozinha, 5 bilhões.  Afinal, quem acha bom dar dinheiro pra esses caras?   É uma piada, de mau gosto, sem dúvida.   A verdade é que os dois meninos de recado vieram a público para dizer que a presidAnta IGNORA completamente o que as ruas estão dizendo, e que vai seguir, arrogantemente, com o projeto de poder do seu

Rumo à alternância de poder

por Merval Pereira O PT está indelevelmente ligado à corrupção, depois do mensalão e do petrolão. As manifestações de ontem foram, sobretudo, contra a continuidade do PT no governo, e a ampliação do alcance dos gritos de “Fora Dilma” indica muito mais a inconformidade de um eleitorado que foi enganado na campanha eleitoral do que uma tentativa golpista. Se fossemos um país parlamentarista, o governo já teria sido derrubado. A maioria no Congresso existe apenas no papel, pois em todas as votações recentes o governo tem sido minoritário, mesmo quando consegue evitar que os vetos da presidente Dilma sejam derrubados. Se a eleição presidencial fosse realizada hoje, Dilma não seria reeleita, apontam as pesquisas de opinião, que lhe dão também um apoio de apenas 7% da população. Se a percepção generalizada valesse, o Congresso teria condições de aprovar o impeachment, por que a maioria da população está convencida de que a presidente Dilma sabia o que estava acontecendo na Petrobras, mes

Em meio a tudo isso, a saudade também está presente

Há 7 anos atrás, por volta das 6 da manhã deste mesmo dia 15 de março, morria a minha muito querida avó materna. "Voviginha", era assim que eu a chamava quando pequeno. Ela também era conhecida como "mamãe gande", termo cunhado pelo meu irmão André. Os demais netos a chamavam de "vó", ou "voroca", cada um procurando a forma mais carinhosa de tratar a velha senhora. Séria, austera, solidária, amiga, companheira, um tanto irascível e turrona, dona de uma voz firme e poderosa, também sabia ser engraçada e bem humorada, e distribuir carinho, do seu modo. Leitora diária de jornais e lúcida até o último dia, viveu bem informada e consciente de tudo à sua volta. Era capaz de sustentar qualquer conversa, sobre qualquer tema, e sempre tinha uma palavra de sabedoria para dar o seu interlocutor. Adorava conversar. Até hoje, de vez em quando me vem ao ouvido aquele jeito especial de falar, a maneira única com que pronunciava o meu nome. D. Maria de Lourdes,

O deboche é perigoso

Classe política não vê a raiva que está nas ruas por Senador Cristovam Buarque (PDT-DF) Nas últimas semanas, as autoridades brasileiras debocharam além dos limites. Cada dia a população tem nova surpresa. O presidente da Câmara oferece aos deputados o direito de custearem viagens de suas esposas com recursos públicos e apresenta o projeto para um novo edifício ao custo de R$ 1 bilhão; um juiz é fotografado dirigindo o carro de luxo de um réu; uma escola de samba ganha o título graças a financiamento de um ditador estrangeiro; a presidente da República coloca a culpa da degradação da Petrobras no antecessor que deixou o governo há 12 anos; outro ex-presidente ameaça colocar um exército na rua; o ministro da Justiça recebe advogados de réus do maior caso de corrupção da história; o ministro da Fazenda adota medidas totalmente opostas às promessas de campanha da candidata; o governo adota o slogan “Pátria educadora” mas corta parte importante do orçamento para a educação; as tarifas

Carta aberta a Juca Kfouri

Por João Luiz Mauad, publicado no  Instituto Liberal Prezado senhor, O que me traz é um artigo de sua lavra , a mim enviado por um amigo petista que, coitado, tem-se agarrado a tudo que possa amenizar um pouco o imenso constrangimento por que tem passado depois de ajudar a eleger a sua “presidenta” para mais um mandato de 4 anos. Não tenho qualquer pretensão de convencer este meu amigo do seu (dele) mau julgamento político, pois o infeliz se encontra absolutamente contaminado pelo que os americanos chamam de “partidarismo”. Ele torce e defende o PT como quem torce e defende um clube de futebol, completamente cego a argumentos ou fatos que possam “contaminar” a sua (dele) paixão. Tampouco pretendo convencê-lo de nada, Sr. Kfouri. Minha intenção é tentar demonstrar aos demais que nos lêem o quanto seus argumentos e diatribes estão equivocados, bem como defender-me de algumas acusações que o senhor faz aos brasileiros em geral, e às elites, em particular. Para tanto, separei alguns tre

Abrindo a caixa preta do BNDES

Por Armínio Fraga, João Manoel P. de Mello e Vinicius Carrasco Nos últimos anos, o governo abriu como nunca as torneiras do Tesouro, aportando vultosos recursos ao BNDES, através do qual concedeu empréstimos subsidiados. Qual o resultado dessa política? A resposta curta é: não sabemos, pois não estão disponíveis dados necessários para uma análise rigorosa dos vários programas e empréstimos individuais do banco. Políticas públicas são financiadas por impostos e é obrigação do governo prestar contas de seu uso aos cidadãos que os pagam. Não menos importante, os recursos são escassos e as necessidades da população virtualmente ilimitadas; os recursos escassos deveriam, então, ser aplicados às políticas que gerem maior benefício à sociedade. Por essas razões, toda e qualquer política pública deveria ser criteriosamente avaliada, com cômputos e apresentação à sociedade de seus custos e benefícios. Do lado dos custos, a discussão se dá de maneira um tanto quanto confusa. A atividade princip

Os petistas devem um pedido de desculpas à Veja, por Rodrigo Constantino

Se um jornalista obtém, após a devida apuração, uma informação relevante, deve ele simplesmente ignorá-la por estar o país em época eleitoral? Claro que não! Se assim o fizesse não seria bom jornalista. E a decisão de não revelar a informação para não prejudicar determinado candidato, por óbvio, implica na escolha de prejudicar outro candidato, no caso seu oponente. Logo, guardar para si a importante descoberta também seria uma escolha política e contra os princípios do bom jornalismo. Qualquer pessoa minimamente inteligente entende isso. Mas o calor eleitoral impede que a inteligência seja preservada muitas vezes. Especialmente por parte de esquerdistas, cuja inteligência, quando presente, não costuma combinar com a honestidade intelectual. Vale tudo para vencer, inclusive sacrificar a verdade. Assim tem sido o histórico da esquerda. Fiz essa introdução para chegar no caso da polêmica capa da revista Veja nas vésperas das últimas eleições. Nela estava estampada uma foto de Lula e Dilm

A miséria da política

por Fernando Henrique Cardoso Será que a lógica do marquetismo eleitoral continuará a guiar os passos da presidente e do seu partido? Otimista por temperamento com os necessários freios que o realismo impõe raramente me deixo abater pelo desalento. Confesso que hoje, no entanto, quase desanimei: que dizer, que recado dar diante (valham-me os clássicos) de tanto horror perante os céus? Na procura de alento, pensei em escrever sobre situações de outros países. Passei o carnaval em Cuba, país que visitava pela terceira vez: a primeira, na década de 1980, quando era senador. Fui jurado em um prêmio Casa de las Américas. Voltei à Ilha como presidente da República. Vi menos do povo e dos costumes do que na vez anterior: o circuito oficial é bom para conhecer outras realidades, não as da sociedade. Agora visitei Cuba como cidadão comum, sem seguranças, nem salamaleques oficiais. Fui para descansar e para admirar Havana, antes que o novo momento econômico de relações com os Estado Unidos a mo