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Mostrando postagens de 2018

Feudo ideológico - radicais de esquerda fizeram da universidade espaço de dogmas

No artigo “Universidade pública sob ameaça” (O GLOBO, 03/05/2018), dois professores da UFF denunciam pretensos “ataques às universidades públicas” perpetrados pelo que descrevem como “grupos de direita e extrema-direita”, cujo objetivo seria “transformar a universidade em um lugar permeado por dogmas, preconceitos e ideias pasteurizadas”. Invertendo vítimas e agressores, e tomando partido destes, o artigo faz referência a um evento ocorrido na própria UFF, no qual uma palestrante foi impedida de deixar o prédio em que falava para um punhado de alunos, tendo sido forçada a permanecer sete horas entrincheirada numa sala, sob ofensas e ameaças de agressão. Cúmplices da intolerância, e redobrando a infâmia, diretores da universidade decidiram proibir de vez as atividades do grupo de estudantes responsável pelo evento. Não é caso isolado. Em junho de 2017, na Federal de Goiás, uma professora convidada foi impedida de palestrar. Cercada por um bando que gritava “Fora, fascista!”, aca

O que dormir com homens casados me ensinou sobre infidelidade

por Karin Jones NYTimes, 6 de abril de 2018 Não tenho certeza se é possível justificar minhas ligações com homens casados, mas o que aprendi com eles justifica a discussão. Não entre as esposas e eu, embora estivesse interessada em ouvir o lado delas. Não, essa discussão deveria acontecer entre esposas e maridos, anualmente, da mesma maneira como inspecionamos os sulcos do pneu do carro da família a fim de evitar acidentes. Há alguns anos, quando morava em Londres, namorei homens casados ​​pela companhia, enquanto processava a dor de estar recém-divorciada. Não procurei homens casados ​​especificamente. Quando criei um perfil no Tinder e no OkCupid, dizendo que queria encontros sem compromisso, muitos homens solteiros me enviaram mensagens e estive com vários deles. Mas muitos homens casados ​​também me enviaram mensagens. Depois de estar casada por 23 anos, eu queria sexo, mas não um relacionamento. Isso é arriscado porque nem sempre é possível controlar vínculos emocionais qua

Racismo estatístico, por Paulo Cruz

Ao amigo Benê Barbosa – incansável! “O homem é um ser moral, dono de uma vontade e senhor de um livre arbítrio; assim Deus o criou com a faculdade de autodeterminar-se. No uso correto de sua vontade e no exercício esclarecido de seu livre-arbítrio, é que consiste a essência da sua personalidade de ser humano, a autoridade de sua soberania e a independência moral, que lhe confere um atributo indispensável de liberdade” . (José de Souza Marques) Dizer que a desigualdade social no Brasil tem contornos históricos é uma redundância, pois todas as desigualdades sociais têm causas históricas. Porém, no Brasil há um dado importante que não pode ser escamoteado: a abolição da escravidão. Tal evento, pela peculiaridade de seus desdobramentos, marcou indelevelmente o futuro do país e, sobretudo, dos ex-escravos. O impasse absurdo no qual se envolveram os abolicionistas, a Coroa, os republicanos e os ex-senhores de escravos arrastou a solução definitiva do pós-abolição até o golpe republica

Editorial do NYT sobre a prisão de Lula

Quando uma enorme rede anti-corrupção pega o político mais popular de um país, a justiça é feita, mas a democracia é testada. Essa é a situação do Brasil, onde Luiz Inácio Lula da Silva - conhecido por seus seguidores fervorosos simplesmente como Lula - se entregou à polícia no sábado à noite para começar a cumprir uma sentença de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Assim começa um percurso tumultuado e imprevisível para as eleições em outubro. É uma medida da queda de Lula que uma placa no prédio da polícia federal onde ele está sendo mantido ostente seu nome como o presidente que o inaugurou em 2007. Naquela época, ele era mundialmente aclamado pelo combate à pobreza e à desigualdade, e foi proclamado pelo presidente Barack Obama como "o político mais popular da Terra". Centenas de seguidores obstinados de Lula estão acampados em frente ao prédio, a vanguarda de uma poderosa coorte que alegremente votaria em Lula de volta à presidência. apesar de sua condenação.

O STF genuflexo

Num espetáculo indigno de uma Corte cuja função é ser obstáculo aos excessos do poder, a maioria de seus ministros aceitou prestar vassalagem ao chefão petista O Supremo Tribunal Federal apequenou-se perante Lula da Silva. Num espetáculo indigno de uma Corte cuja função é ser obstáculo aos excessos do poder, a maioria de seus ministros aceitou prestar vassalagem ao chefão petista. O Supremo, em sua atual composição, reafirmou assim sua vocação de cidadela dos poderosos com contas a acertar com a Justiça. O cidadão comum, aquele que se submete ao pacto democrático na presunção de que a Justiça criada por esse arranjo será igual para todos, há de se perguntar, depois das vergonhosas sessões de quarta e quinta-feira passadas, se ainda subsiste alguma instituição do Estado que não esteja subordinada ao patronato político – do qual Lula, a despeito da sua apregoada identidade com a gente comum, é um dos maiores expoentes. O demiurgo de Garanhuns não tem mais foro privilegiado, e n

Um dia pra ser lembrado.

Há 30 e tantos anos, quando surgiu na cena pública, ainda como líder sindical, já era possível identificar o personagem ardiloso, dissimulado, carreirista, calhorda, aproveitador, malandro e vigarista que se juntavam em Luis Inácio da Silva. Muitos não viram, muitos propositadamente ignoraram, muitos insuflaram e ajudaram a levantar a bola daquele que parecia ter ambição e potencial para vôos mais altos, como acabou, de um jeito ou de outro, acontecendo.  Houve, também, quem não se deixasse levar pelo canto da sereia, pelo discurso fácil, pelas muitas narrativas que se construiu a partir de então, contra tudo que era pretérito, e as promessas de um futuro construído com base em experiências que jamais funcionaram, em qualquer lugar do mundo. Quem me conhece sabe que nesse quase 40 anos, só aumentou a minha desconfiança com o partido e aversão às suas figuras proeminentes. O tempo me deu razão. Eles não passam de vigaristas, canalhas, mentirosos, ladrões, corruptos, alpinistas so