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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Nunca antes neste país, por Merval Pereira

 O "maior superávit que for possível produzir", na promessa do ministro-chefe do Gabinete Civil Aloísio Mercadante, transformou-se em um déficit primário de R$ 17 bilhões, o maior em 20 anos. A nova equipe econômica, que teve o ônus de anunciar o recorde negativo, terá portanto que partir desse déficit histórico para chegar ao prometido superávit primário de R$ 66 bi este ano, a fim de recuperar a credibilidade do Tesouro Nacional. Para se ter uma ideia do ritmo em que andaram os desmandos no governo, em janeiro, o superávit oficial prometido era de R$ 116,1 bilhões. No meio do ano, em agosto, já se via que esse número seria inatingível para as condições da economia e o superávit foi revisto para R$ 80,8 bilhões. Um mês depois, nova redução para RS 49,1 de bilhões. Finalmente, no final do ano, para não ser acusada de crime de responsabilidade, a presidente Dilma mandou um projeto para o Congresso mudando a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para permitir ao governo des

"Nuncaantesnestepaiz" se fez tanto para enganar o público, ou, é de propaganda que eles sobrevivem.

O discurso da desaparecida Dilma na "maior reunião ministerial do planeta" - aquela onde a filha de Ali Blá-Blá se reuniu com quase 40 ladrões - é, sob qualquer prisma, uma peça de ficção. Estão ali enganações, devaneios, prestidigitações intelectuais, charlatanismo, falta de vergonha e mentira, muita mentira, mesmo! A presidente não se contenta em agredir a lógica e tentar desfazer, com a cara mais lavada, os fatos. Ela se presta a papéis ridículos, fazendo de conta que a roubalheira e a corrupção na Petrobras não são problemas afetos a ela, pessoalmente e que os problemas que o governo enfrenta não foram criados pelo próprio governo. Ou seja, em completa alienação, quer nos fazer crer que o mundo é o que ela quer que seja. No processo, ela tortura números, falseia estatísticas, e coloca "vontades" no povo, como se tivesse obtido uma folgada maioria nas últimas eleições. Fréderic Bastiat, o economista liberal e jornalista francês dizia que são necessárias som

Mulheres que amamos

Débora Secco, 35 anos, atriz.

Sinto vergonha de mim - Cleide Canton e Rui Barbosa

SINTO VERGONHA DE MIM Autora: Cleide Canton Sinto vergonha de mim por ter sido educador de parte desse povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil enveredar pelo caminho da desonra. Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente, a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência com a família, célula-mater da sociedade, a demasiada preocupação com o “eu” feliz a qualquer custo, buscando a tal “felicidade” em caminhos eivados de desrespeito para com o seu próximo. Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos “floreios” para justificar atos cr

Sem relatividade e sem contemplação

O terrorismo é indefensável. Como regra, é perpetrado de forma covarde, desleal, ardilosa, sorrateira, sanguinária e perversa, buscando atingir inocentes, chocar a opinião pública, intimidar os poderes constituídos, sequestrar a vontade popular, se impor pela força, pela brutalidade e pela boçalidade. Que o digam alguns próceres desta república de bananas, que foram responsáveis, no passado, por atos desta mesma estirpe, sequestrando, roubando e matando, em nome de uma causa que NUNCA foi o estabelecimento da democracia em nosso país. O ataque à revista francesa, Charlie Hebdo, preenche todos os requisitos de crueldade, frieza e infâmia que caracterizam esta forma de ação de quem conspira nas sombras. Tudo leva a crer que os autores do massacre ocorrido em Paris foram movidos pela vingança, pelo ódio e pelo desejo de calar os que, segundo a sua lógica, teriam ofendido o Islã e os sentimentos sagrados dos muçulmanos. E quem é o alvo da barbárie? O que teriam feito para insultar e

Como funciona a piada de português que não é piada, por O antagonista

O Antagonista foi examinar o modelo lusitano (em mais de um sentido) que o governo Dilma quer implantar no Brasil de cerceamento à liberdade de imprensa. Vale a pena ler até o final. Em Portugal, a imprensa é regulada desde 2006 pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Os candidatos a integrar o conselho da ERC integram listas que são votadas pelos deputados da Assembleia da República. Ganha a que obtiver mais de dois terços dos votos. O mandato é de cinco anos, não renovável. O conselho, composto por cincos pessoas, tem quatro eleitas por esse sistema e uma escolhida pelo quarteto vencedor. Ele se reúne uma vez por semana, mas pode ser convocado extraordinariamente por seu presidente em casos de "emergência" -- o que, no Brasil, provavelmente seria quando se noticiasse um escândalo governamental. Entre as atribuições da ERC, estão as de: -- Assegurar que a imprensa se paute por critérios de exigência e rigor jornalísticos, responsabilizando publicamente os

Mulheres que amamos

P E R D I D A Quem souber do paradeiro dela, favor avisar.

A esquerda palaciana

Demétrio Magnoli, O Globo “Vamos fazer a disputa dentro do governo.” O objetivo, definido por Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP), é uma sentença opaca para os “de fora”, mas uma senha cristalina para os “de dentro”. A “frente de esquerda” articulada duas semanas atrás numa reunião no Largo São Francisco, em São Paulo, é o veículo para a soldagem de partidos, centrais sindicais e movimentos sociais ao governo de Dilma Rousseff. É, ainda, de um modo menos direto, uma ferramenta da candidatura presidencial de Lula da Silva em 2018. O conclave contou com representantes do PT e do PCdoB, partidos governistas, mas também do PSOL e do PSTU. No Largo São Francisco, os dois partidos aceitaram a condição de sublegendas informais do PT. Lá estava a CUT, que obedece ao comando lulista, mas também a Intersindical, um pequeno aparelho do PSTU. A presença do MST, da Via Campesina e da Consulta Popular, três nomes para a mesma substância, inscreve-se no campo do óbvio. Mais rele