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Que Mengo, que nada!

Anteontem foi um domingo muito especial pra mim. Em vez de passar a tarde em Copacabana com meu caçula, no meu bar predileto, assistindo a algum jogo do Flamengo, como sempre fazemos, fui vê-lo jogar bola. Ele participou de uma competição patrocinada pela Igreja Católica em um clube na ilha do Governador e eu fui encontrá-lo por lá.

Antes do jogo começar, ele me avisou: - "pai, vou fazer um gol pra você". Adorei a idéia, mas disse a ele que se não acontecesse ficaria feliz do mesmo jeito. O futebol é muito imprevisível, e é meio temerário fazer tais promessas. E não é que o menino entregou o que prometeu? Não só fez isso, como marcou um lindo gol, logo no começo do jogo, escorando com categoria um cruzamento vindo da esquerda, deslocando o pobre goleiro adversário, que nada pôde fazer. Ele tem a vocação do artilheiro e adora o futebol. Gosta de jogar, e sabe tudo sobre o esporte. É uma verdadeira enciclopédia ambulante. Vivo hesitando sobre arranjar pra ele um teste em algum clube, de preferencia no próprio Flamengo. Confesso que não me atrai alimentar essa vontade. O futebol transformou-se demais e tornou-se um meio onde prevalece a ganância e é cheio de armações. Contudo, vou acabar cedendo. Prefiro vê-lo sonhando do que frustrado.

De fato, foi uma alegria muito grande estar com ele a tarde inteira, torcendo, gritando, me emocionando, como fazia antes com os mais velhos, nas partidas de polo aquático. Me fez ver como é bom guardar diferença de idade entre os filhos - este veio 8 anos depois dos gêmeos, que nasceram 4 anos depois do mais velho - aproveitamos muito mais e convivemos com a juventude e os programas deles durante muito mais tempo.

Perdi o 0x0 onde só o Bruno se destacou, mas em compensação ganhei um maravilhoso presente, que não esquecerei pro resto da vida. O Mengão que me desculpe, a despeito de todo o meu amor, ele perde fácil pros jogos do meu "pequenino", que aos 14 anos está chegando a 1,80m.

Obrigado, filho querido. Deus te abençoe.

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