Há cerca de um mês, o jornalista Eugênio Bucci, ex-presidente da Radiobrás, em artigo publicado no Observatório da Imprensa, de Alberto Dines, chamava a atenção para a virulência dos ataques desferidos a jornalistas em blogs, sites e emails enviados à redações e caixas postais. Segundo ele, "com a internet, os seres do subterrâneo da democracia, os tais que, com seus gostos deformados pela oferta de sensacionalismo justificavam todas as excrescências do espetáculo, vieram à luz. Que coisa! Eles cospem, esbravejam, ateiam fogo ao diálogo. Eles são contra o pensamento. Querem reduzir o entorno à sua imagem e semelhança: a nada, a restos de nada. Pior: eles se fazem disfarçar de povo, de sua excelência o povo". A seguir aponta: "os agressores disfarçados de povo parecem iguais entre si. Ou melhor: são iguais. Inviabilizam o ambiente da comunicação. A internet vai mostrando que o público não é público – é massa, e massa truculenta. Massa antidemocrática, que despreza a dignidade humana, a própria e a dos semelhantes. Como são mal escritas e vis as aleivosias que chegam para os jornalistas pelo correio eletrônico. Não obstante, como são capazes de ferir. Lembro-me de depoimentos de jornalistas, principalmente mulheres, sobre como as estultices que recebem da internet são capazes de ultrajá-las de fato. O nível desce aos porões do inferno. Há quem seja chamada de prostituta porque opinou contra as pretensões de um político qualquer. É incrível. O ofício do jornalismo, na era das redes interconectadas, passou a cobrar um pedágio de seus praticantes: o pedágio de ser alvo de desaforos diários".
O artigo causou controvérsia e uma boa quantidade de comentários foi postada em resposta, levando o jornalista a publicar, no dia seguinte, um adendo onde explicava alguns pontos, tentando apagar a má impressão deixada por algumas das opiniões ali expressas. Na ocasião, juntei-me aos que se manifestaram, lembrando que, com seu discurso, Bucci fazia a patrulha da patrulha, e a virtual impossibilidade de se impor qualquer tipo de limitação a um ambiente tão variado e diferente como a Internet.
Algumas observações de Bucci, como as que destaquei acima, não são infundadas. Não são apenas os jornalistas os alvejados pelos que escrevem mensagens e posts agressivos, como faz crer o xororô do professor. Outras figuras públicas também são perseguidas e criticadas, com maior ou menor intensidade, a maioria em textos de qualidade duvidosa, tenho que concordar, mas, com um ponto em comum: - expõem uma opinião. Vale, então, lembrar que, para o bem ou para o mal, inteligente ou simplório, favorável ou insultuoso, essa cornucópia de juizos, pareceres, presunções, crenças e idéias revela a força de uma nova mídia que influencia, reforça, e forma uma miríade de correntes de pensamento diante da qual, antes de bombardear, devemos usar para estabelecer a nossa própria convicção. Concordar e discordar é com cada um, faz parte da democracia. Melhor que seja assim.
O artigo causou controvérsia e uma boa quantidade de comentários foi postada em resposta, levando o jornalista a publicar, no dia seguinte, um adendo onde explicava alguns pontos, tentando apagar a má impressão deixada por algumas das opiniões ali expressas. Na ocasião, juntei-me aos que se manifestaram, lembrando que, com seu discurso, Bucci fazia a patrulha da patrulha, e a virtual impossibilidade de se impor qualquer tipo de limitação a um ambiente tão variado e diferente como a Internet.
Algumas observações de Bucci, como as que destaquei acima, não são infundadas. Não são apenas os jornalistas os alvejados pelos que escrevem mensagens e posts agressivos, como faz crer o xororô do professor. Outras figuras públicas também são perseguidas e criticadas, com maior ou menor intensidade, a maioria em textos de qualidade duvidosa, tenho que concordar, mas, com um ponto em comum: - expõem uma opinião. Vale, então, lembrar que, para o bem ou para o mal, inteligente ou simplório, favorável ou insultuoso, essa cornucópia de juizos, pareceres, presunções, crenças e idéias revela a força de uma nova mídia que influencia, reforça, e forma uma miríade de correntes de pensamento diante da qual, antes de bombardear, devemos usar para estabelecer a nossa própria convicção. Concordar e discordar é com cada um, faz parte da democracia. Melhor que seja assim.
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