Pular para o conteúdo principal

Alexandre Nardoni e Ana Carolina presos

Relutei muito, conversei com amigos, consultei livros e pesquisei na internet, li e reli os relatos nos jornais e revistas, acompanhei o noticiário, mas nada encontrei. Não encontrei ao menos um caso sequer, parecido com o crime contra a vida da pequena Isabella Nardoni. Nada que chocasse tanto, que impressionasse tanto, pelos requintes de maldade na sua execução, pela identidade dos supostos autores, pelo conluio no seu acobertamento, pelo ódio, fúria e frieza da ação.

Diante dos laudos, do relato da polícia, da peça acusatória do promotor, tenho que me curvar às evidências -- o casal parece ser, mesmo, responsável pela morte da menina. A Justiça aceitou a denúncia contra o pai e a madrasta, e, em nome da ordem pública, os colocou sob custódia do Estado. A pronta reação do juiz que cuida do caso é sinal de que eles, ainda que remotamente sejam inocentes, estão bem enrolados.

Confesso que sinto uma ponta de dor por não ter ficado provado, ou ao menos não existir uma dúvida razoável quanto à autoria do crime hediondo, covarde, monstruoso. Não que tenha uma simpatia qualquer pelos dois, mas porque não encontro, no campo da razão, explicação para a selvageria. Especialmente quando perpetrada por quem, no meu entender, jamais poderia fazer uma coisa dessas.

Honestamente, não consigo entender o que pode ter levado essas pessoas a cometerem ato tão bárbaro, violento, cruel, contrário aos sentimentos mais remotos do ser humano, como a proteção dos rebentos. Em alguns momentos, fico a imaginar qual deles terá decidido lançar a menina pela janela? Quanto tempo levaram para tomar esta decisão? Como havia um obstáculo, onde deixaram a menina aguardando seu destino final? Em algum momento ela percebeu que estava vivendo seus últimos instantes, pelas mãos que a deviam afagar e proteger? Que movimentos fez aquele que não estava providenciando o sinistro corte da rede? Aguardou ao lado? Apressou o que fazia o serviço? Onde estavam as outras crianças? Segundo a polícia, os fatos se desenrolaram em um curtíssimo espaço de tempo. Houve um instante de hesitação, de dúvida? O que disse, ou fez, essa pobre criança para merecer reação tão desmedida, intensa, colérica?

É muita barbaridade! Principalmente se considerarmos que os réus não consumiram álcool, drogas, medicamentos ou qualquer substância que mexa com o consciente. A história toda é inadimissível, incompreensível, inimaginável. Parece saída de um conto de horror, daqueles que assombram para o resto da existência.

Se são culpados, que a Justiça aplique a eles todo o castigo que merecerem. Que apodreçam nos piores cárceres, que sejam malditos, e que a sociedade os segregue e rejeite enquanto respirarem. O fogo eterno do inferno é pouco para quem comete infanticídio. Espero que comecem a experimentá-lo por aqui.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Com corona ou sem corona, dia 15, eu vou!

Em tempos de corona virus, pode parecer estranho, mas, fica mais importante ainda comparecer à manifestação do próximo dia 15. Contra as tentativas sórdidas de congressistas de alto coturno, jornalistas militantes e parte do judiciário, de usurpar poderes, prejudicar ações, e evitar que governe conforme o mandato que lhe concederam, é preciso demonstrar de forma cristalina que o presidente está, cada vez mais, com apoio popular, e que o desejo de que prossiga com as reformas do Estado, o combate à corrupção e à esquerda tacanha, gananciosa e cretina continua firme e forte. O sistema de governo é presidencialista, e isso já foi decidido há mais de 25 anos, quando se jogou uma montanha de dinheiro fora pra oficializar o que todo mundo sabia. É, portanto, intolerável que um presidente eleito, ainda que pairem dúvidas sobre a lisura do pleito, não consiga dar um passo sem que membros vetustos e caquéticos do STF não só opinem como trabalhem contra ele. Que a imprensa a tudo critiqu

Esposa de aluguel - quem quer?

Gaby Fontenelle, assistente de palco de Rodrigo Faro, no "Melhor do Brasil". No programa, Gaby encarna a personagem "Esposa de aluguel". Grande idéia! Quem não quer uma morena espetacular com essa fazendo todas as suas vontades?

Perda irreparável

Na terça-feira passada, 17, fui surpreendido com uma das piores notícias da minha vida - um dos amigos que mais gosto, um por quem tenho enorme admiração, um irmão que a vida me deu, havia deixado este mundo. A notícia não dava margem a dúvidas. Era um cartão, um convite para o velório e cremação no dia seguinte. Não tinha opção, a não ser tentar digerir aquela trágica informação. Confesso que nunca imaginei que esta cena pudesse acontecer. Nunca me vi  nesta situação, ainda mais em se tratando do Sylvio. A chei que  ele estaria aqui pra sempre. Que todos partiriam, inclusive eu, e ele aqui ficaria até  quando ele próprio resolvesse que chegar a hora de descansar. Ele era assim,  não convencional e suspeitei que, como sempre fez, resolveria também  essa questão. Hoje em dia, com a divisão ideológica vigente e as mudanças nos códigos  de conduta, poucos diriam dele: que cara maneiro! M esmo os que se surpreendiam ou não gostavam de algumas de suas facetas, contudo, tinham essa opinião.