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Amazônia na berlinda

Reportagem de Alexei Barrionuevo publicada no NYT de hoje coloca a Amazônia no centro de supostas preocupações no Brasil com afirmações de líderes internacionais de que a Amazônia é patrimônio da humanidade e questionamentos se a região nos pertence ou ao resto do mundo.

Segundo o repórter, tais comentários "reacendem velhos protecionismos territoriais e vigilância com invasores estrangeiros disfarçados (incluindo bioprospectores)". Ele afirma que Lula estaria buscando aprovar uma lei que restringiria o acesso à floresta, na tentativa de coibir a biopirataria e a ação de ONGs consideradas ruins para os interesses brasileiros.

Conforme o jornal, trata-se de "uma luta entre duas fortes tendências controversas: o crescimento da demanda por recursos energéticos e a preocupação com as mudanças climáticas e a poluição".

Conversa antiga, ilações novas. Não é de hoje que o resto do mundo tem um olho pousado no que eles chamam de rain forest. Uma mistura de cobiça das riquezas naturais ali existentes com o sentimento de que não somos capazes de deter o desmatamento e a destruição daquele importante ecossistema.

O governo Lula está facilitando as coisas para que teses assim ganhem força. A demarcação de terras contínuas de fronteira para índios que usam celular, e o livre trânsito que ONGs, garimpeiros e traficantes têm na região é apenas parte do problema. Na verdade, o virtual sucateamento de nossas forças armadas está no cerne desta questão. A diminuição do tamanho da tropa, a falta de renovação de equipamentos ultrapassados, a desvalorização dos militares, o descaso com o treinamento e a baixa remuneração resultam em um quadro que indica a nossa incapacidade de manter a soberania sobre aquela área. Se não podemos nos opor a quem quer que seja, por que nossos limites seriam respeitados?

Se alguma providência não for tomada, corremos o risco de ver a nossa maior riqueza escorrer por entre nossos dedos. O governo nem desconfia o que realmente acontece na Amazônia. Quando ouve uma palavra sensata e embasada como a do general Heleno, Lula faz beiçinho e condena o mensageiro, em vez de prestar atenção na mensagem. A negligência do presidente é criminosa e compromete os interesses de todos os brasileiros. Só não vê quem não quer.

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