A situação é caótica: não há médicos suficientes, os poucos que comparecem ao trabalho, enfrentam um quadro de total carência de recursos, realizam atendimentos em menos de dois minutos, em locais improvisados, sob condições totalmente inadequadas, prestando um serviço de baixíssima qualidade. Não há médico ou atendente dessas unidades que não tenha, quase que diariamente, fazer autênticas "Escolhas de Sofia", determinando quem vai viver, e quem vai morrer. Os pacientes, que nada têm com isso, são duplamente vítimas, uma vez que, em muitas cidades, os profissionais de saúde estão em greve, tornando ainda mais dramática a situação de quem depende deste serviço público essencial.
Como não bastasse, o dinheiro da saúde é um dos maiores buracos negros existentes no país, um sumidouro por onde se perdem não só as verbas públicas, como a vergonha na cara de nossos governantes.
O Congresso Nacional tem a obrigação de convocar o ministro da saúde, Alexandre Padilha, que é médico e foi do governo Lula, a prestar esclarecimentos sobre o descalabro apresentado. Não vai resolver muita coisa, mas ajuda a chamar a atenção para esta herança maldita.
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