Pular para o conteúdo principal

Cinismo e hipocrisia

Amigos me cobram um comentário sobre o cretinismo dos integrantes do governo, capitaneados pelo próprio Lula, no episódio dos presos de consciência em greve de fome em Cuba.

Antes de mais nada, quero reiterar que uso este espaço como um veículo de exposição dos meus pensamentos e opiniões. Nada além disso. Aqui não tem nada profissional, muito pelo contrário. Não sou analista de nada, a não ser de sistemas, tema onde, modestamente, dou minhas "cacetadas". Mas não gosto de falar aqui sobre trabalho. O blog é uma distração, uma maneira de manifestar e compartilhar idéias. Uma forma de divulgar crenças, minhas ou daqueles com quem me identifico. A área de comentários é, contudo, mediada porque não aceito tentativas de ocupação por patrulheiros de qualquer matiz, principalmente pela petralhada, que vez por outra me visita e brinda com seu diversionismo, lógica do atraso, delinquencia intelectual e boçalidade lulo-petista. Isto posto, ciente que nunca chegarei a preencher mesmo as menores expectativas, confesso que me agradou ter sido instigado.

A hipocrisia e o cinismo dessa gente revolta qualquer um, não resta dúvida. As fotos do "prisidente" confraternizando com os irmãos Castro enquanto o prisioneiro político Orlando Zapata morria, depois de 87 dias de greve de fome, são estarrecedoras. As declarações do trio, eivadas do mais inqualificável despudor, total descaramento e indisfarçada desfaçatez revelam o que mentes deturpadas e déspotas enrustidos (ou declarados) são capazes de fazer.

O que ocorre nos porões da ditadura castrista e nos domínios do neoamigo iraniano de Lula, Mahamoud Ahmadinejad, é um autêntico festival de agressões aos direitos humanos, incluindo intimidação, tortura e assassinato, que ele encobre e protege, com veemência, como fez na entrevista onde defendeu as leis totalitárias vigentes na ilha, ou quando classificou de descontentamento de torcedor os protestos com as eleições fraudadas no Irã. Nestes episódios, diga-se de passagem, a leniência do ex-torneiro mecânico e pseudo grevista de fome com os algozes dos prisioneiros e a repressão iraniana é atitude somente comparável ao que fizeram os nazistas, durante a Segunda Guerra, negando as fábricas de extermínio existentes nos campos de concentração.

Esta face totalitária de Lula, até então prudentemente escondida da opinião pública, não é, exatamente, uma novidade. E ela não está se revelando por descuido do político. Trata-se de um movimento calculado no sentido de fazer os esquerdopatas radicais do PT melhor deglutirem a candidata que ele lhes impingiu, num "dedazo" típico dos coronéis que conheceu no nordeste, e dos stalinistas, a quem passou a admirar nos primeiros tempos de sindicalismo.

Tipicamente, o que Lula está fazendo é uma manobra eleitoreira. Já o cinismo e a cretinice são características de sua personalidade e representa o outro lado do método que utiliza, por exemplo, para se manter em palanque nos últimos três anos, em franca agressão à Constituição e ao que determina a legislação eleitoral, insuflando ar na candidatura de sua preferida. É o lustre que dá na própria cara de pau. É a marca do petralha.

Ao contrário de Antístenes, fundador do pensamento cínico, que pregava o desapego aos bens materiais como forma de atingir a virtude moral, essa canalha, indiferente e insensível, se apegou ao sentido negativo que a palavra adotou. Não passam de legítimos representantes da estupidez, campeões da mentira e especialistas no uso de artifícios e ardis para enganar os outros. Não acreditam na democracia como valor a ser cultivado e sustentado e fazem mal para o Brasil. Agora é a hora de mostrar quem são, de verdade.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Voltando devagar

Dois anos depois, senti vontade de voltar a escrever. Já havia perdido um bocado do entusiasmo, me sentindo incapaz de produzir algo interessante, que valha a pena ser lido, sentimento que pouco mudou. O que mudou foi o jeito como estou começando a ver as coisas. Outro dia, li algo que me chamou a atenção, tipo: "A arte não é para o artista mais do que a água é para o encanador”. E continuava, "Não, a arte é para quem a absorve, mesmo que o artista nem sempre tenha plena consciência do quanto isso é verdade. Pois sim, na verdade, a maioria dos artistas que ainda decidimos considerar entre “os grandes” estavam fazendo isso para fins em grande parte masturbatórios, em oposição à pura motivação de “querer criar algo para os outros." Aparentemente, trata-se de uma fala de um personagem de filme. Ainda estou por checar. Definitivamente, o que faço aqui não é arte, não tenho essa pretensão, no entanto, essa é sem dúvida uma questão estranha sobre a arte como um conceito, que a...

Perda irreparável

Na terça-feira passada, 17, fui surpreendido com uma das piores notícias da minha vida - um dos amigos que mais gosto, um por quem tenho enorme admiração, um irmão que a vida me deu, havia deixado este mundo. A notícia não dava margem a dúvidas. Era um cartão, um convite para o velório e cremação no dia seguinte. Não tinha opção, a não ser tentar digerir aquela trágica informação. Confesso que nunca imaginei que esta cena pudesse acontecer. Nunca me vi  nesta situação, ainda mais em se tratando do Sylvio. A chei que  ele estaria aqui pra sempre. Que todos partiriam, inclusive eu, e ele aqui ficaria até  quando ele próprio resolvesse que chegar a hora de descansar. Ele era assim,  não convencional e suspeitei que, como sempre fez, resolveria também  essa questão. Hoje em dia, com a divisão ideológica vigente e as mudanças nos códigos  de conduta, poucos diriam dele: que cara maneiro! M esmo os que se surpreendiam ou não gostavam de algumas de suas facetas, c...

História do Filho da Puta

John Frederick Herring (1795 - 1865) foi um conhecido pintor de cenas esportivas e equinas, na Inglaterra. Em 1836, o autor do famoso quadro "Pharaoh's Charriot Horses", avaliado em mais de $500.000, acrescentou "SR" (Senior) à assinatura que apunha em seus quadros por causa da crescente fama de seu filho, então adolescente, que se notabilizou nessa mesma área. Apesar de nunca ter alcançado um valor tão elevado, um outro de seus quadros tem uma história bastante pitoresca. Em 1815, com apenas 20 anos, Herring, o pai, como era tradição, imortalizou em um quadro a óleo o cavalo ganhador do St Leger Stakes, em Doncaster, na Inglaterra. Até aí, nada de mais. A grande surpresa é o nome do animal: Filho da Puta! É isso mesmo. Filho da puta. Há pelo menos três versões sobre a origem desse estranho nome. A que parece mais plausível (e também a mais curiosa), dá conta que o embaixador português na Inglaterra, à época, era apaixonado por turfe e também por uma viúva com q...