Pular para o conteúdo principal

Vale-tudo 2010

Antigamente, as inaugurações aconteciam ao final das obras do governo. A ponte Rio-Niterói, por exemplo, foi inaugurada em março de 1974, pelo então presidente Ernesto Geisel. A autorização para sua construção foi dada pelo general-presidente Costa e Silva, 4 anos antes. É famosa a foto do Rolls-Royce da presidência rolando pela via, levando Geisel e o ministro Mário Andreazza, idealizador, e sob a gestão de quem a ponte foi erguida. À propósito, Andreazza, este sim, foi um verdadeiro executor de obras, bem diferente da mãe do PAC, tendo liderado, além da construção da ponte, a execução da rodovia Transamazônica, a erradicação das palafitas nas favelas da Maré, no Rio, e dos Alagados, em Salvador, e muitas outras, todas, "coincidentemente", inauguradas somente ao serem devidamente finalizadas.

Voltando ao ponto, como as "inaugurações", antes chamadas "lançamento da pedra fundamental", agora acontecem quando a obra começa, parece que toda semana fica pronto alguma coisa. Na verdade, nada aconteceu além de mais uma enorme despesa do governo na promoção da obra, que ainda vai passar por todos os percalços inerentes à sua execução até se tornar um benefício real para a população. Parece piada, mas essa é a realidade.

O atual ocupante do Planalto, no desespero de passar o bastão para a companheira Dilma, carrega a pupila pela mão, país afora, "inaugurando" de torneira a barragem, sob o rótulo do PAC, onde se abriga tudo que o governo tenta fazer. Tenta. Não contando com um Andreazza, Ali Blá-blá só pode mostrar menos de 10% do que prometeu. A maioria das tais obras nem saiu do papel. Mesmo essas, já somam embargos dos orgãos fiscalizadores. Daí as manobras no sentido de apagar o papel do Ibama, do TCU, e dos poucos independentes que buscam fazer as coisas dentro dos limites da lei e da honestidade.

Em um movimento de resultados ainda duvidosos, abandonando a tradicional docilidade, a oposição resolveu criticar os convescotes patrocinados pelo presidente, e a capacidade gerencial da ministra, evidenciada pelos resultados pífios do PAC, pela voz do senador Sérgio Guerra. O troco veio logo. Sentindo-se liberado para desferir chutes "do peito pra cima", seja lá que raio de golpe isso represente, Ali Blá-blá chamou o senador de "babaca", e foi por ele taxado de ter "incontinência verbal". Na sequencia, ainda tentando manter o estilo Dilminha "paz e amor", a ministra defendeu declarações suas, que deram início à troca de gentilezas com a oposição. Dilma defendera em Jenipapo (MG) que se a oposição se eleger em 2010 vai acabar com o PAC.

A oposição deu mole. Ninguém precisa dizer que vai acabar com algo que sequer existe. É tudo "vaporware", como dizem na área de TI. O PAC é apenas estelionato político, pura ficção e um retumbante fracasso de realizações. Tanto que já está sendo lançada a versão 2.0, tal a quantidade de bugs existentes na primeira.

O diabo é que assistiremos a uma campanha onde a baixaria vai imperar e a imoralidade, o vale-tudo com a coisa pública serão a tônica. Tudo bancado pelo meu, pelo seu, pelo nosso pouco dinheirinho.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Com corona ou sem corona, dia 15, eu vou!

Em tempos de corona virus, pode parecer estranho, mas, fica mais importante ainda comparecer à manifestação do próximo dia 15. Contra as tentativas sórdidas de congressistas de alto coturno, jornalistas militantes e parte do judiciário, de usurpar poderes, prejudicar ações, e evitar que governe conforme o mandato que lhe concederam, é preciso demonstrar de forma cristalina que o presidente está, cada vez mais, com apoio popular, e que o desejo de que prossiga com as reformas do Estado, o combate à corrupção e à esquerda tacanha, gananciosa e cretina continua firme e forte. O sistema de governo é presidencialista, e isso já foi decidido há mais de 25 anos, quando se jogou uma montanha de dinheiro fora pra oficializar o que todo mundo sabia. É, portanto, intolerável que um presidente eleito, ainda que pairem dúvidas sobre a lisura do pleito, não consiga dar um passo sem que membros vetustos e caquéticos do STF não só opinem como trabalhem contra ele. Que a imprensa a tudo critiqu

Esposa de aluguel - quem quer?

Gaby Fontenelle, assistente de palco de Rodrigo Faro, no "Melhor do Brasil". No programa, Gaby encarna a personagem "Esposa de aluguel". Grande idéia! Quem não quer uma morena espetacular com essa fazendo todas as suas vontades?

O que dormir com homens casados me ensinou sobre infidelidade

por Karin Jones NYTimes, 6 de abril de 2018 Não tenho certeza se é possível justificar minhas ligações com homens casados, mas o que aprendi com eles justifica a discussão. Não entre as esposas e eu, embora estivesse interessada em ouvir o lado delas. Não, essa discussão deveria acontecer entre esposas e maridos, anualmente, da mesma maneira como inspecionamos os sulcos do pneu do carro da família a fim de evitar acidentes. Há alguns anos, quando morava em Londres, namorei homens casados ​​pela companhia, enquanto processava a dor de estar recém-divorciada. Não procurei homens casados ​​especificamente. Quando criei um perfil no Tinder e no OkCupid, dizendo que queria encontros sem compromisso, muitos homens solteiros me enviaram mensagens e estive com vários deles. Mas muitos homens casados ​​também me enviaram mensagens. Depois de estar casada por 23 anos, eu queria sexo, mas não um relacionamento. Isso é arriscado porque nem sempre é possível controlar vínculos emocionais qua