O Estadão publicou hoje um alentado editorial sobre as intenções de um grupelho de implementar controles sobre a mídia, a partir de propostas a serem aprovadas na Conferencia Nacional de Cultura, que acontecerá em março, sobre a qual O Globo já tinha se manifestado e repete hoje, também em editorial.
Embora não costume fazer isso, por irretocável, reproduzo na íntegra, mais abaixo, o texto do Estadão, e pra não ficar longo demais, menciono apenas a parte final daquele d'O Globo:
Editorial d'O Globo - Idéia Fixa
...Os mesmos alquimistas do autoritarismo que destilaram a Ancinav, no governo passado, atacam agora pelo método do assembleísmo militante. E novamente reaparecem os chavões como "o controle social" dos meios de comunicação, ataques ao "monopólio" no setor -, embora haja nele vários grupos em intensa competição. Também como no "programa de direitos humanos", usa-se o macete da "transversalidade" para permitir que, na formulação de uma política de cultura, se trate de censura à imprensa.
A sucessão de investidas contra as liberdades, originadas no governo Lula, faz lembrar o quão amplo foi o arco da aliança política que lutou contra a ditadura. Nela também havia grupos autoritários, de esquerda, não democráticos, que apenas queriam substituir uma ditadura por outra. Usavam a luta pela redemocratização como tática, contra um inimigo comum. São partidários dessa visão ideológica que, atuantes no Executivo, forçam o governo a assumir propostas inaceitáveis. E Lula, pelo visto interessado em obter dividendos eleitorais desas facções, nada faz para contê-las.
Editorial d'O Estado de São Paulo - Nova investida contra a democracia
Vem aí mais um ataque à liberdade de informação e de opinião, preparado não por skinheads ou outros grupos de arruaceiros, mas por bandos igualmente antidemocráticos, patrocinados e coordenados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A 2ª Conferência Nacional de Cultura, programada para março, foi concebida como parte de um amplo esforço de liquidação do Estado de Direito e de instalação, no Brasil, de um regime autoritário. O controle dos meios de comunicação, da produção artística e da investigação científica e tecnológica é parte essencial desse projeto e também consta do Programa Nacional de Direitos Humanos, outra desastrosa proposta do governo petista. O texto-base da conferência poderia figurar num museu de teratologia política, como exemplo do alcance da estupidez humana. Antes de enviá-lo para lá, no entanto, será preciso evitar a sua conversão em roteiro oficial de uma política de comunicação, ciência e cultura.
A palavra cultura, naquele texto, é usada com tanta propriedade quanto o verbo “libertar” na frase famosa “o trabalho liberta”, instalada sobre o portão de Auschwitz. “O monopólio dos meios de comunicação”, segundo o documento, “representa uma ameaça à democracia e aos direitos humanos.” É verdade, mas não existe esse monopólio no Brasil nem nas verdadeiras democracias. Um regime desse tipo existe em Cuba, como existiu noutras sociedades submetidas a regimes totalitários, sem espaço para a informação, a opinião e o confronto livre de ideias. Muitos dos companheiros do presidente Lula, entre eles alguns de seus ministros, nunca desistiram da implantação de algo semelhante no País. Segundo Lula, sua carreira política teria sido impossível sem a liberdade de imprensa, mas hoje essa liberdade é um empecilho a seus projetos de poder.
O documento defende “maior controle social” sobre a gestão de rádios e TVs públicas. Mas “controle social”, em regimes sem liberdade de informação e de opinião, significa na prática o controle total exercido pelo pequeno grupo instalado no poder. Nenhum regime autoritário funcionou de outra forma. Também a palavra “social”, nesse caso, tem um significado muito diferente de seu valor de face.
É preciso igualmente controlar a tecnologia: este princípio foi adotado desde o começo do governo Lula. Sua aplicação só não liquidou a Embrapa, um centro de tecnologia respeitado em todo o mundo, porque a maioria da comunidade científica reagiu. A imprensa teve papel essencial nessa defesa da melhor tradição de pesquisa. Isso a companheirada não perdoa. No caso do presidente Lula, o desagrado em relação à imprensa é reforçado por uma espécie de alergia: ele tem azia quando lê jornais.
Mas o objetivo não é apenas controlar a pesquisa. É também submetê-la a certos “modelos”. “No Brasil, aprendemos pouco com as culturas indígenas; ao contrário, o País ainda está preso ao modelo colonial, extrativista, perdulário e sem compromisso com a preservação dos recursos naturais”, segundo o documento.
Cultura extrativista, ao contrário do imaginado pelo companheiro-redator desse amontoado de bobagens, era, sim, a cultura indígena. O agronegócio brasileiro, modernizado, eficiente e competitivo, não tem nada de colonial, nem na sua organização predominante nem na sua tecnologia, em grande parte fornecida pela pesquisa nacional de mais alta qualidade. Ou talvez o autor daquela catadupa de besteiras considere colonial a produção de automóveis, tratores, equipamentos industriais e aviões. Não deixa de ter razão. Os índios não fabricavam nenhum desses produtos, mas indígenas das novas gerações não parecem desprezar essas tecnologias.
Segundo a secretária de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, Silvana Lumachi Meireles, nenhuma proposta contida no documento pode gerar polêmica. Todos os itens, argumentou, foram referendados em conferências regionais. Mas conferências desse tipo não têm o poder de transformar tolices em ideias inteligentes nem propostas autoritárias em projetos democráticos. O governo insistirá, a imprensa continuará resistindo. A oposição poderia ajudar a conter esse projeto insano, se deixasse o comodismo e mostrasse mais disposição para defender a democracia do que mostrou diante do ameaçador decreto dos direitos humanos.
Comento:
Só os néscios, apedeutas e autistas ignoram que a cachorrada que posa de vítima da Revolução, na verdade, eram guerrilheiros, que praticaram toda sorte de crimes, inclusive inúmeros assassinatos de inocentes, cujo objetivo era implantar ao sul do Equador, pautados pelo que existia no mundo sino-soviético, um regime comunista, ou seja, uma imensa Cuba. Felizmente, não tiveram sucesso. A canalha, contudo, não tem vergonha na cara e não abandonou seu intento original, só que dessa vez, seguindo o exemplo chavista, quer fazer as coisas sob uma capa de legalidade. Mentem, escamoteam, simulam, e colocam vestes democráticas em instrumentos que pretendem acabar com a própria democracia. A ameaça voltou, com mais força ainda.
Por isso precisamos proteger as nossas ainda pouco sólidas instituições, entre elas, a imprensa. Enquanto existir a propriedade privada, o império da lei, a liberdade de falar, eles não reescreverão o nosso passado.
No pasarán! (E não pensem que os esquerdistas têm o monopólio dessa expressão. Ela foi usada pelo General Robert Nivelle e/ou seu comandante Philippe Petáin, na Primeira Guerra Mundial. Muito antes, portanto, de os comunistas ingleses terem se apropriado dela, em 1936. Nem originais esses vigaristas são. E eu falo e escrevo o que quiser.).
Embora não costume fazer isso, por irretocável, reproduzo na íntegra, mais abaixo, o texto do Estadão, e pra não ficar longo demais, menciono apenas a parte final daquele d'O Globo:
Editorial d'O Globo - Idéia Fixa
...Os mesmos alquimistas do autoritarismo que destilaram a Ancinav, no governo passado, atacam agora pelo método do assembleísmo militante. E novamente reaparecem os chavões como "o controle social" dos meios de comunicação, ataques ao "monopólio" no setor -, embora haja nele vários grupos em intensa competição. Também como no "programa de direitos humanos", usa-se o macete da "transversalidade" para permitir que, na formulação de uma política de cultura, se trate de censura à imprensa.
A sucessão de investidas contra as liberdades, originadas no governo Lula, faz lembrar o quão amplo foi o arco da aliança política que lutou contra a ditadura. Nela também havia grupos autoritários, de esquerda, não democráticos, que apenas queriam substituir uma ditadura por outra. Usavam a luta pela redemocratização como tática, contra um inimigo comum. São partidários dessa visão ideológica que, atuantes no Executivo, forçam o governo a assumir propostas inaceitáveis. E Lula, pelo visto interessado em obter dividendos eleitorais desas facções, nada faz para contê-las.
Editorial d'O Estado de São Paulo - Nova investida contra a democracia
Vem aí mais um ataque à liberdade de informação e de opinião, preparado não por skinheads ou outros grupos de arruaceiros, mas por bandos igualmente antidemocráticos, patrocinados e coordenados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A 2ª Conferência Nacional de Cultura, programada para março, foi concebida como parte de um amplo esforço de liquidação do Estado de Direito e de instalação, no Brasil, de um regime autoritário. O controle dos meios de comunicação, da produção artística e da investigação científica e tecnológica é parte essencial desse projeto e também consta do Programa Nacional de Direitos Humanos, outra desastrosa proposta do governo petista. O texto-base da conferência poderia figurar num museu de teratologia política, como exemplo do alcance da estupidez humana. Antes de enviá-lo para lá, no entanto, será preciso evitar a sua conversão em roteiro oficial de uma política de comunicação, ciência e cultura.
A palavra cultura, naquele texto, é usada com tanta propriedade quanto o verbo “libertar” na frase famosa “o trabalho liberta”, instalada sobre o portão de Auschwitz. “O monopólio dos meios de comunicação”, segundo o documento, “representa uma ameaça à democracia e aos direitos humanos.” É verdade, mas não existe esse monopólio no Brasil nem nas verdadeiras democracias. Um regime desse tipo existe em Cuba, como existiu noutras sociedades submetidas a regimes totalitários, sem espaço para a informação, a opinião e o confronto livre de ideias. Muitos dos companheiros do presidente Lula, entre eles alguns de seus ministros, nunca desistiram da implantação de algo semelhante no País. Segundo Lula, sua carreira política teria sido impossível sem a liberdade de imprensa, mas hoje essa liberdade é um empecilho a seus projetos de poder.
O documento defende “maior controle social” sobre a gestão de rádios e TVs públicas. Mas “controle social”, em regimes sem liberdade de informação e de opinião, significa na prática o controle total exercido pelo pequeno grupo instalado no poder. Nenhum regime autoritário funcionou de outra forma. Também a palavra “social”, nesse caso, tem um significado muito diferente de seu valor de face.
É preciso igualmente controlar a tecnologia: este princípio foi adotado desde o começo do governo Lula. Sua aplicação só não liquidou a Embrapa, um centro de tecnologia respeitado em todo o mundo, porque a maioria da comunidade científica reagiu. A imprensa teve papel essencial nessa defesa da melhor tradição de pesquisa. Isso a companheirada não perdoa. No caso do presidente Lula, o desagrado em relação à imprensa é reforçado por uma espécie de alergia: ele tem azia quando lê jornais.
Mas o objetivo não é apenas controlar a pesquisa. É também submetê-la a certos “modelos”. “No Brasil, aprendemos pouco com as culturas indígenas; ao contrário, o País ainda está preso ao modelo colonial, extrativista, perdulário e sem compromisso com a preservação dos recursos naturais”, segundo o documento.
Cultura extrativista, ao contrário do imaginado pelo companheiro-redator desse amontoado de bobagens, era, sim, a cultura indígena. O agronegócio brasileiro, modernizado, eficiente e competitivo, não tem nada de colonial, nem na sua organização predominante nem na sua tecnologia, em grande parte fornecida pela pesquisa nacional de mais alta qualidade. Ou talvez o autor daquela catadupa de besteiras considere colonial a produção de automóveis, tratores, equipamentos industriais e aviões. Não deixa de ter razão. Os índios não fabricavam nenhum desses produtos, mas indígenas das novas gerações não parecem desprezar essas tecnologias.
Segundo a secretária de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, Silvana Lumachi Meireles, nenhuma proposta contida no documento pode gerar polêmica. Todos os itens, argumentou, foram referendados em conferências regionais. Mas conferências desse tipo não têm o poder de transformar tolices em ideias inteligentes nem propostas autoritárias em projetos democráticos. O governo insistirá, a imprensa continuará resistindo. A oposição poderia ajudar a conter esse projeto insano, se deixasse o comodismo e mostrasse mais disposição para defender a democracia do que mostrou diante do ameaçador decreto dos direitos humanos.
Comento:
Só os néscios, apedeutas e autistas ignoram que a cachorrada que posa de vítima da Revolução, na verdade, eram guerrilheiros, que praticaram toda sorte de crimes, inclusive inúmeros assassinatos de inocentes, cujo objetivo era implantar ao sul do Equador, pautados pelo que existia no mundo sino-soviético, um regime comunista, ou seja, uma imensa Cuba. Felizmente, não tiveram sucesso. A canalha, contudo, não tem vergonha na cara e não abandonou seu intento original, só que dessa vez, seguindo o exemplo chavista, quer fazer as coisas sob uma capa de legalidade. Mentem, escamoteam, simulam, e colocam vestes democráticas em instrumentos que pretendem acabar com a própria democracia. A ameaça voltou, com mais força ainda.
Por isso precisamos proteger as nossas ainda pouco sólidas instituições, entre elas, a imprensa. Enquanto existir a propriedade privada, o império da lei, a liberdade de falar, eles não reescreverão o nosso passado.
No pasarán! (E não pensem que os esquerdistas têm o monopólio dessa expressão. Ela foi usada pelo General Robert Nivelle e/ou seu comandante Philippe Petáin, na Primeira Guerra Mundial. Muito antes, portanto, de os comunistas ingleses terem se apropriado dela, em 1936. Nem originais esses vigaristas são. E eu falo e escrevo o que quiser.).
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