Pular para o conteúdo principal

A tragédia no Haiti

O terromoto que sacudiu o Haiti, esta semana, é uma daquelas tragédias como o Katrina nos EUA, o tsunami de 2004 no oceano Índico, a inundação do rio Amarelo na China, a seca na Índia em 1900, e tantas outras catástrofes naturais, que de tempos em tempos, a natureza provoca, mostrando toda a sua força.

Embora fortíssimo, atingindo cerca de 7.3º na escala Richter, o tremor nem está entre os 10 mais violentos da História. O grau de letalidade e as consequencias, porém, são estarrecedoras. O Haiti, um país já destroçado pela pobreza, a guerra civil , o furacão de 2008, e a virtual inexistência de infra-estrutura se transformou, ainda mais, em terra arrasada, depois do sismo.

Falta muito para que possamos ter um quadro real do que estão passando os haitianos, mas, o que está no noticiário internacional, em jornais e na TV, já é o suficiente, não apenas para assustar, como para comover qualquer um. Não dá pra ficar indiferente. É muito sofrimento, muita dor, muita emoção. Eles estão longe, mas parecem tão perto, tão próximo. Creio que é a tal solidariedade humana, sei lá. Nessas horas, a despeito de safados como aquele cônsul, com sua fala debochada e oportunista, gente de todas as partes do mundo sente como se a tragédia tivesse acontecido com um amigo, ou um familiar. Comigo não foi diferente.

Há, também, os aproveitadores de plantão, como boa parte do governo, que se alinha mais com o pensamento do cônsul, e acha que devemos buscar rápido um protagonismo na assistência ao país porque é bom para a imagem do Brasil, e, quem sabe?, alguém acena com um lugarzinho no Conselho de Segurança da ONU. Não custa tentar, né? Mais uma realização do filho d.p. do Brasil. Enquanto isso, os eventos de Angra e da baixada fluminense passam para um desconfortável segundo plano, que só incomoda os moradores. O que aconteceu ali no fim do ano já foi para as páginas internas dos jornais, e só voltará quando constatarem que a cachorrada está desviando recursos que deveriam estar na reconstrução.

Espero que um alívio chegue a este país marcado por tanta tristeza. Há tudo a fazer por lá. Principalmente, devolver a esperança, a vontade de viver. Dizem que não há bem que nunca acabe, nem mal que sempre perdure. Tomara isso seja verdade, e o Haiti e os haitianos possam voltar, um dia, a sorrir.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Voltando devagar

Dois anos depois, senti vontade de voltar a escrever. Já havia perdido um bocado do entusiasmo, me sentindo incapaz de produzir algo interessante, que valha a pena ser lido, sentimento que pouco mudou. O que mudou foi o jeito como estou começando a ver as coisas. Outro dia, li algo que me chamou a atenção, tipo: "A arte não é para o artista mais do que a água é para o encanador”. E continuava, "Não, a arte é para quem a absorve, mesmo que o artista nem sempre tenha plena consciência do quanto isso é verdade. Pois sim, na verdade, a maioria dos artistas que ainda decidimos considerar entre “os grandes” estavam fazendo isso para fins em grande parte masturbatórios, em oposição à pura motivação de “querer criar algo para os outros." Aparentemente, trata-se de uma fala de um personagem de filme. Ainda estou por checar. Definitivamente, o que faço aqui não é arte, não tenho essa pretensão, no entanto, essa é sem dúvida uma questão estranha sobre a arte como um conceito, que a...

Perda irreparável

Na terça-feira passada, 17, fui surpreendido com uma das piores notícias da minha vida - um dos amigos que mais gosto, um por quem tenho enorme admiração, um irmão que a vida me deu, havia deixado este mundo. A notícia não dava margem a dúvidas. Era um cartão, um convite para o velório e cremação no dia seguinte. Não tinha opção, a não ser tentar digerir aquela trágica informação. Confesso que nunca imaginei que esta cena pudesse acontecer. Nunca me vi  nesta situação, ainda mais em se tratando do Sylvio. A chei que  ele estaria aqui pra sempre. Que todos partiriam, inclusive eu, e ele aqui ficaria até  quando ele próprio resolvesse que chegar a hora de descansar. Ele era assim,  não convencional e suspeitei que, como sempre fez, resolveria também  essa questão. Hoje em dia, com a divisão ideológica vigente e as mudanças nos códigos  de conduta, poucos diriam dele: que cara maneiro! M esmo os que se surpreendiam ou não gostavam de algumas de suas facetas, c...

História do Filho da Puta

John Frederick Herring (1795 - 1865) foi um conhecido pintor de cenas esportivas e equinas, na Inglaterra. Em 1836, o autor do famoso quadro "Pharaoh's Charriot Horses", avaliado em mais de $500.000, acrescentou "SR" (Senior) à assinatura que apunha em seus quadros por causa da crescente fama de seu filho, então adolescente, que se notabilizou nessa mesma área. Apesar de nunca ter alcançado um valor tão elevado, um outro de seus quadros tem uma história bastante pitoresca. Em 1815, com apenas 20 anos, Herring, o pai, como era tradição, imortalizou em um quadro a óleo o cavalo ganhador do St Leger Stakes, em Doncaster, na Inglaterra. Até aí, nada de mais. A grande surpresa é o nome do animal: Filho da Puta! É isso mesmo. Filho da puta. Há pelo menos três versões sobre a origem desse estranho nome. A que parece mais plausível (e também a mais curiosa), dá conta que o embaixador português na Inglaterra, à época, era apaixonado por turfe e também por uma viúva com q...