Pular para o conteúdo principal

LeiSecaRJ - herói ou vilão?

Descobri o Twitter na alvorada do serviço. Confesso que, na ocasião, não avaliei o poder da ferramenta e pouco me interessei. Hoje percebo que o Twitter é que nem o He-man: tem a força! Que o diga Barack Obama, que durante a campanha para a presidência dos EUA ganhou milhares de seguidores e conquistou muitos votos com o auxílio da rede social. Muitos políticos, inclusive abaixo do Equador estão aderindo e auferindo bons dividendos com ele.

O meu assunto, porém, não é o Twitter, mas, o uso que está sendo feito dele.

Uns seis meses atrás, o poder do Twitter, novamente, me chamou a atenção: em meio a uma conversa com amigos sobre o que representam as blitz da Lei Seca, um vizinho de mesa, tipicamente carioca, virou-se e perguntou: - "aí, mermão, tu não conhece o LeiSecaRJ? Tá vacilando....". Em seguida, explicou: - "a parada é a seguinte: lá você encontra os locais e horários onde tem barreiras, e vai por outro caminho, sacou?". Fui conferir e fiquei sabendo que dá até pra receber os avisos pelo celular. Estado da arte tecnológica. Depois que conheci melhor, vi que as opiniões, na verdade, se dividem.

A polêmica em torno do "serviço" é grande: há os que o condenam, acusando os responsáveis de prejudicar a fiscalização aos motoristas que dirigem depois de beber. Outros defendem, com veemência, que não há ilegalidade e que trata-se de uma reação da sociedade a uma lei absurda, com um viés autoritário e repressivo. Pra aumentar a discussão, reportagem d'O Globo de hoje, 26/1, conta que o LeiSecaRJ também avisa sobre outros eventos que afetam o trânsito, como alagamentos, acidentes, ações de choque de ordem, além de blitz policiais.

Nos EUA e Europa, no sentido contrário tem gente usando o Twitter para divulgar os nomes de motoristas pegos bêbados, por direção perigosa, ou em alta velocidade. A turma do outro lado, com um perfil parecido com o do LeiSecaRJ, também usa a tecnologia para evitar os chamados "sobriety checkpoints". A receita é a mesma: mensagens de texto em celular, posts no twitter e até aplicações do IPhone, especificamente projetadas para identificar os checkpoints.

A despeito do que dizem sobre a redução de acidentes, penso que o microblog é, sim, um serviço de utilidade pública. As famosas BOLS (Blitz da Operação Lei Sêca) custam caro ao poder público e precisam ser financiadas. Por isso, só em Copacabana, multaram 50 pessoas na véspera de Natal. Faço idéia do que aconteceu Brasil afora. Os números impressionam. Devem ter arranjado milhares e milhares de reais. Não tenha dúvida que isso já virou uma indústria. A indústria da multa, liderada pelos que acham que podem dizer o que é melhor pra você.

Além de causar enormes engarrafamentos, prejudicando o direito de ir e vir das pessoas, os fiscais e policiais utilizam métodos e regras covardes para repressão. Com o agravante que a punição é flagrantemente desproporcional à falta. Uma pessoa que tenha bebido 2 chopps perde a carteira por um ano, paga multa de quase R$ 1.000,00 e ainda vai preso!

A pretensa redução das vítimas de acidentes é algo parecido com o alarmismo detonado pelos "estudiosos" sobre o aquecimento global: não tem comprovação e a relação de causa-efeito é uma forçação de barra, quando não, simplesmente fabricada.

Eduardo Trevisan, um dos responsáveis pelas postagens, é enfático quando afirma que não incentiva a beber e dirigir. Isto está muito claro. Ninguém seria louco de fazer uma coisa dessas. O que ninguém aguenta é a tutela, a covardia, o exagêro, a falta de respeito. Sou seguidor do LeiSecaRJ e incentivo você a seguir e colaborar. Na verdade, não precisaríamos de um recurso desses se a lei não agredisse o bom senso, e até a mesmo, a própria Constituição.

Comentários

Paulinho,

Você bem sabe que atualmente trabalho até bem tarde. Nessas noites de muita chuva - principalmente quando São Cristóvão e o Centro estão em puro caos, o LeiSecaRJ é realmente MUITÍSSIMO útil ( e vc bem sabe que eu não tenho carteira de motorista nem bebo) para evitar armadilhas num taxi ou decidir se é mais prudente dormir fora de casa.

Postagens mais visitadas deste blog

Com corona ou sem corona, dia 15, eu vou!

Em tempos de corona virus, pode parecer estranho, mas, fica mais importante ainda comparecer à manifestação do próximo dia 15. Contra as tentativas sórdidas de congressistas de alto coturno, jornalistas militantes e parte do judiciário, de usurpar poderes, prejudicar ações, e evitar que governe conforme o mandato que lhe concederam, é preciso demonstrar de forma cristalina que o presidente está, cada vez mais, com apoio popular, e que o desejo de que prossiga com as reformas do Estado, o combate à corrupção e à esquerda tacanha, gananciosa e cretina continua firme e forte. O sistema de governo é presidencialista, e isso já foi decidido há mais de 25 anos, quando se jogou uma montanha de dinheiro fora pra oficializar o que todo mundo sabia. É, portanto, intolerável que um presidente eleito, ainda que pairem dúvidas sobre a lisura do pleito, não consiga dar um passo sem que membros vetustos e caquéticos do STF não só opinem como trabalhem contra ele. Que a imprensa a tudo critiqu

Esposa de aluguel - quem quer?

Gaby Fontenelle, assistente de palco de Rodrigo Faro, no "Melhor do Brasil". No programa, Gaby encarna a personagem "Esposa de aluguel". Grande idéia! Quem não quer uma morena espetacular com essa fazendo todas as suas vontades?

O que dormir com homens casados me ensinou sobre infidelidade

por Karin Jones NYTimes, 6 de abril de 2018 Não tenho certeza se é possível justificar minhas ligações com homens casados, mas o que aprendi com eles justifica a discussão. Não entre as esposas e eu, embora estivesse interessada em ouvir o lado delas. Não, essa discussão deveria acontecer entre esposas e maridos, anualmente, da mesma maneira como inspecionamos os sulcos do pneu do carro da família a fim de evitar acidentes. Há alguns anos, quando morava em Londres, namorei homens casados ​​pela companhia, enquanto processava a dor de estar recém-divorciada. Não procurei homens casados ​​especificamente. Quando criei um perfil no Tinder e no OkCupid, dizendo que queria encontros sem compromisso, muitos homens solteiros me enviaram mensagens e estive com vários deles. Mas muitos homens casados ​​também me enviaram mensagens. Depois de estar casada por 23 anos, eu queria sexo, mas não um relacionamento. Isso é arriscado porque nem sempre é possível controlar vínculos emocionais qua