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Zapata vive!

O blog do jornalista Pablo Pacheco, ditado do interior de uma cela da penitenciária de Canaleta, Ciego de Ávila, é um testemunho pungente da forma como o governo cubano trata seus prisioneiros políticos. Condenado a 20 anos de cadeia durante a Primavera Negra, de 2003, Pacheco, assim como acontece com Yoani Sanchez, do Generación Y, conta com a ajuda um grupo de abnegados que traduzem as postagens de seus autores, ajudando a manter viva a mensagem de trás do isolamento.

Com a morte de Orlando Zapata, por "crime de consciência", os colaboradores publicaram no blog de Pacheco o seu repúdio às práticas odiosas dos ditadores cubanos e a esperança de uma Cuba Livre.

Leiam o manifesto:

Normalmente, os tradutores e as pessoas que ajudamos a administrar este blog permanecemos em segundo plano. Contudo, dado o extraordinário e trágico evento, e tendo em conta que podem se passar vários dias antes que possamos ter algumas palavras dos presos políticos que escrevem nesta página, decidimos deixar de lado, somente por agora, nosso lugar. Nós que colaboramos com os presos políticos publicando aqui suas palavras, preparamos a seguinte declaração.(também em inglês e espanhol)

Hoje (23/2) morreu Orlando Zapata Tamayo. Nós, os voluntários que mantemos este blog, Voz Atrás das Grades, para prisioneiros políticos em Cuba, queremos dar nossas sinceras condolências para a família de Zapata Tamayo, especialmente para sua mãe, Reina Luisa Tamayo. A notícia de hoje foi devastadora e nada mais comprova que o regime dos Castros só oprime seu povo. Fizeram-se de cegos e deixaram este homem morrer. Porém nem sua vida, nem sua luta, foram em vão. A vida de Orlando Zapata Tamayo foi acrescentada à uma lista grande e dolorosa de nomes de mulheres e homens valentes que deram suas vidas por uma Cuba livre. Sua luta continuará, suas ideias se manterão firmes através de todo o povo Cubano e também por todos, ainda que não sejam cubanos, que acreditam na liberdade, justiça e nos direitos humanos. Nossas orações estão com Orlando Zapata Tamayo, com sua família e com todos os Cubanos que arriscam o pouco que têm para lutar pelo justo. Hoje, ainda que sentindo muita dor, toda a comunidade Cubana, no exílio e dentro da ilha, também sentimos um grande orgulho em poder dizer que Orlando Zapata Tamayo era um dos nossos. Que Deus te guarde, Orlando Zapata Tamayo, a ti e a todos os teus.

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