As ONGs (Organizações Não Governamentais) surgiram no Brasil nos anos 90, do século passado, e em menos de 20 anos, o IBGE contabiliza o expressivo número de cerca de 400 mil atuando no país, entre fundações privadas e associações sem fins lucrativos.
Toda essa multiplicação não é gratuita. As ONGs pertencem ao que se costuma chamar de Terceiro Setor, um "bicho" formado de entidades da sociedade civil, com fins públicos, que (hipoteticamente) não visam o lucro. Entre suas formas de atuação, está a complementação da ação do Estado, o que lhes qualifica para receber financiamento público, e doações dele, e também de entes privados, a fim de cumprir o objetivo teórico subjacente de fazer chegar serviços a quem necessita, onde o governo não consegue atuar. Pois é justamente aí, no cerne do contrato de atuação das ONGs, que mora o perigo.
Cedo, os espertalhões, predadores do dinheiro público, perceberam que a contrapartida para o recebimento contínuo das (muitas vezes, polpudas) verbas - o controle da Administração Pública - era algo que, dificilmente, ocorreria. Não apenas pela conhecida falta de apetite para fiscalizar, como pela própria dificuldade em medir os resultados do montante investido em relação às metas estabelecidas.
Existem ONGs "dedicadas" às mais variadas áreas de atuação, desde as menos atraentes, que tratam de questões como direitos do consumidor, cidadania, e migração; até as mais populares, voltadas para educação, saúde, trabalho, e criança.
Como avaliar, então, tomando um exemplo aleatório, se uma ONG militante na área de relações de gênero está, ou não, desenvolvendo ações que permitam "reconfigurar" relações num plano que torne igualitárias as participações dos gêneros (homens e mulheres) na vida econômica, política, social e cultural, no âmbito da comunidade x, da cidade y? Se a pergunta é de uma obscuridade inquestionável, imaginem o que é medir o que as intermináveis discussões e discursos em torno desse tema contribuem para que se alcance as transformações (em tese) desejadas? Que valor (monetário) pode ser atribuído a um trabalho que estabeleça perspectivas, estratégias, e sugira caminhos para a construção de políticas nesse campo? Impossível, meus caros. 10 mil, 2 mil, ou 50 mil, não faz a menor diferença. O burocrata que, em tese, acompanha esses gastos jamais reunirá os argumentos que lhe permitam contestar e/ou questioná-los. Ele prefere se preocupar com outra coisa...
Com toda esta facilidade, não precisa ser muito inteligente para perceber que o saco-sem-fundo que as ONGs viabilizaram é um dos maiores escoadouros clandestinos de dinheiro do contribuinte para bolsos de terceiros que já se viu. Não é à toa que dizem que, de cada 10 escândalos que pipocam no Brasil, mais da metade tem uma ONG envolvida.
Foi esta situação de virtualmente incontrolável que os safados de plantão vislumbraram como um filão de onde podem drenar o que quiserem, para onde quiserem, como quiserem; o que nos faz pensar que o significado da sigla, nascida de idéia tão bem intencionada, deveria passar a ser, para acabar com qualquer dúvida sobre a intenção dos criadores, apaniguados e beneficiários, Onde Nós Ganhamos. Nós, não. Eles.
Toda essa multiplicação não é gratuita. As ONGs pertencem ao que se costuma chamar de Terceiro Setor, um "bicho" formado de entidades da sociedade civil, com fins públicos, que (hipoteticamente) não visam o lucro. Entre suas formas de atuação, está a complementação da ação do Estado, o que lhes qualifica para receber financiamento público, e doações dele, e também de entes privados, a fim de cumprir o objetivo teórico subjacente de fazer chegar serviços a quem necessita, onde o governo não consegue atuar. Pois é justamente aí, no cerne do contrato de atuação das ONGs, que mora o perigo.
Cedo, os espertalhões, predadores do dinheiro público, perceberam que a contrapartida para o recebimento contínuo das (muitas vezes, polpudas) verbas - o controle da Administração Pública - era algo que, dificilmente, ocorreria. Não apenas pela conhecida falta de apetite para fiscalizar, como pela própria dificuldade em medir os resultados do montante investido em relação às metas estabelecidas.
Existem ONGs "dedicadas" às mais variadas áreas de atuação, desde as menos atraentes, que tratam de questões como direitos do consumidor, cidadania, e migração; até as mais populares, voltadas para educação, saúde, trabalho, e criança.
Como avaliar, então, tomando um exemplo aleatório, se uma ONG militante na área de relações de gênero está, ou não, desenvolvendo ações que permitam "reconfigurar" relações num plano que torne igualitárias as participações dos gêneros (homens e mulheres) na vida econômica, política, social e cultural, no âmbito da comunidade x, da cidade y? Se a pergunta é de uma obscuridade inquestionável, imaginem o que é medir o que as intermináveis discussões e discursos em torno desse tema contribuem para que se alcance as transformações (em tese) desejadas? Que valor (monetário) pode ser atribuído a um trabalho que estabeleça perspectivas, estratégias, e sugira caminhos para a construção de políticas nesse campo? Impossível, meus caros. 10 mil, 2 mil, ou 50 mil, não faz a menor diferença. O burocrata que, em tese, acompanha esses gastos jamais reunirá os argumentos que lhe permitam contestar e/ou questioná-los. Ele prefere se preocupar com outra coisa...
Com toda esta facilidade, não precisa ser muito inteligente para perceber que o saco-sem-fundo que as ONGs viabilizaram é um dos maiores escoadouros clandestinos de dinheiro do contribuinte para bolsos de terceiros que já se viu. Não é à toa que dizem que, de cada 10 escândalos que pipocam no Brasil, mais da metade tem uma ONG envolvida.
Foi esta situação de virtualmente incontrolável que os safados de plantão vislumbraram como um filão de onde podem drenar o que quiserem, para onde quiserem, como quiserem; o que nos faz pensar que o significado da sigla, nascida de idéia tão bem intencionada, deveria passar a ser, para acabar com qualquer dúvida sobre a intenção dos criadores, apaniguados e beneficiários, Onde Nós Ganhamos. Nós, não. Eles.
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