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Lá como cá, a intolerância mostra a sua cara

Primeiro foi o mi-mi-mi, depois os protestos e agora, alunos se juntam a alguns professores para cancelar aulas e provas nos EUA, alegando estar traumatizados com a eleição de Donald Trump para a presidência.

No país onde se iniciou e se desenvolveu a praga conhecida pela alcunha de "politicamente correto", não é de estranhar que um absurdo desses aconteça.



Não culpo os alunos por estarem realmente, muito chateados com a vitória do Trump. Conheço pessoas mentalmente estáveis, não de todo mimadas, que estão igualmente chateadas. Mas todos eles saíram para trabalhar na quarta-feira. A vida continuou.

É possível que a notícia tenha atingido os alunos de jeito ainda mais forte do que atingiu os membros da mídia esquerdista (nos EUA, chamada liberal) - afinal, estudantes universitários, em quase todo lugar, têm ainda menos contato com a realidade, e coisas como o movimento Trump, do que a mídia. Os campus universitários são um espaço seguro para afastar os alunos até das formas mais brandas de discordância. Não se criam espaços para vozes dissonantes, nem se dá a conhecer o que ocorre fora dos muros das faculdades. Muitos deles simplesmente não tinham sequer idéia de que um grande número de americanos despreza sua agenda progressista e estavam ansiosos para atacar o politicamente correto. Como soe acontecer em uma democracia, o voto foi a arma utilizada para abater teses rejeitadas pela massa silenciosa que "entronizou" Trump. Ao que parece, não reconhecem que o resultado é o de um sistema que funciona há 240 anos e não tem qualquer razão para mudar.

Em excelente artigo no Washington Post, Charles Camosy, da Universidade Fordham, identifica o problema como a falta de diversidade ideológica no ensino superior:

"Os universitários de hoje são formados por uma cultura de campus que os deixa incapazes de compreender pessoas com visões pouco familiares ou heterodoxas sobre armas, aborto, religião, casamento, gênero e privilégio. E essa mesma cultura leva essas pessoas educadas a rotular as outras com quem discordam como pessoas más ou a reduzir suas opiniões expressas sobre essas questões como realmente sendo sobre outra coisa, como no caso de Obama. A maioria dos graduandos, por causa desta cultura, simplesmente nunca foram forçados a se envolver ou considerar seriamente professores ou textos que poderiam fornecer uma visão alternativa genuína e convincente.

Há décadas, as universidades norte-americanas têm, com razão, tentado se tornar mais diversificadas quando se trata de raça e gênero. Mas esta eleição destaca o fato de que nossas instituições de ensino superior devem usar métodos semelhantes para cultivar diversidade filosófica, teológica e política."

A gritaria continua, insuflada pela mídia descontente, obrigando o mundo a assistir o deprimente espetáculo do ódio e da intolerância, com protestos violentos em diversas cidades, e do fascismo cultural, que só os parvos, néscios e aqueles com QI de ameba, acreditam ser de direita.

Por aqui, em movimento coordenado com as invasões de escolas e faculdades, terroristas da CUT, MTST, MST e outros ativistas de esquerda paralisaram atividades, bloquearam rodovias e avenidas, e atearam fogo em pneus à guiza de protesto contra a PEC dos gastos, em um ensaio para a almejada greve geral.

O presidente Temer precisa reagir e entender que não foi pra ser frouxo que nós o colocamos no poder. Os movimentos que deram apoio e suporte ao processo de impeachment desejavam o fim da roubalheira e, ainda, da bagunça que o PT e seus lacaios levou para o governo, transformando o Brasil em uma república de terceira, esculhambada, onde tudo pode. O direito de manifestação não é absoluto, e encontra limites dentro da própria Constituição, uma vez que deve respeitar outros direitos constitucionalmente garantidos, como o de ir e vir. Isso foi respeitado pelos que queriam a saída da Dilma, e não se quebrou um copo naqueles memoráveis dias. E é, justamente por isso que o que aconteceu ontem em alguns lugares, Brasil afora, foram atos de vandalismo e terror. A população foi impedida de se deslocar, trabalhadores foram impedidos de trabalhar e o medo se espalhou, provocando fechamento de lojas, bancos e instituições.

O governo não pode ficar acuado e nem deixar isso crescer. Está na hora de tomar providências, mesmo que duras e drásticas e cortar este mal pela raíz. Discursos cada vez mais inflamados já vem sendo proferidos por canalhas como Lula, Dilma, João Pedro Stédile, Guilherme Boulos e seus asseclas. Ninguém quer os tanques na rua, mas, se for preciso, que eles saiam da garagem.

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