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Pequenas corrupções, graves problemas.

Uma das formas encontradas para questionar aqueles que, de maneira legítima e democrática, se insurgem contra os desmandos, as fraudes, a falta de vergonha, a canalhice, a roubalheira, a desonestidade, a ambição do PT e suas vias auxiliares é invocando as pequenas corrupções. É isso, e variantes sobre este tema. Hoje, por exemplo, uma amiga perguntou: "Qual a SUA responsabilidade na desordem que se queixa?".

É fato que, grande ou pequena, corrupção é corrupção; é uma forma de burlar a lei. Não tem como negar. As coisas não são binárias, no entanto. Os efeitos são muito diferentes e os prejudicados, também. A pequena corrupção se dá mais no âmbito pessoal e afeta o círculo mais próximo de quem a comete, ou apenas o próprio autor. Furar uma fila, dar "propina" pra um guarda, sonegar o imposto de renda são ações condenáveis, porém, de cunho particular. Já a grande corrupção, como as inúmeras ocorridas neste governo tem consequências sistêmicas, afetam o corpo social como um todo. Alcançam, portanto, um grande número de pessoas, empresas e instituições. Em geral, são praticadas em grupo, como um partido ou um cartel de empreiteiras, ou os dois, atuando contra os interesses da sociedade. O alcance e a gravidade de tal associação espúria é, pois, muito maior, muito mais maléfica e deletéria.

A pequena corrupção deve ser combatida com o mesmo ímpeto que a grande corrupção, no entanto, ela está mais ligada ao caráter e à educação. Pode causar muita decepção, mas, ninguém enriquece com uma pequena corrupção. Até por causa disso, as penas acabam sendo diferentes.

Não me perdoo por minhas pequenas falhas, mas, tenho certeza que a desordem da qual me queixo nada tem a ver comigo, ou com alguém das minhas relações. Tem a ver com os gananciosos, os canalhas, os que pegaram atalhos para a riqueza, os que desejam poder a qualquer custo e apenas para detê-lo. Desses, tenho asco. E espero que mofem na cadeia!

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