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O saldo da Copa


A grande final não foi exatamente aquilo que se esperava: um jogo truncado, em alguns momentos muito feio, com poucas jogadas de perigo, com mais faltas do que o habitual, que premiou aquele que errou um pouco menos.

A Holanda não repetiu as atuações anteriores, que se não foram brilhantes, como algumas da Alemanha, tinham sido muito mais vibrantes do que esta, de hoje. A Laranja Mecânica abusou das faltas, e não estivesse o ótimo árbitro Howard Webb decidido a maneirar com alguns jogadores, e a Holanda teria terminado a partida com 8, ou menos, jogadores em campo. Quando vi que a Holanda perdeu duas das maiores chances de vencer, percebi que a taça não seria deles.

Apesar de alguns bons valores individuais como Iniesta, Xabi Alonso, Xavi, e o goleirão Casillas, não gosto do futebol espanhol. Não tem ninguém brilhante, nenhum destaque, ninguém capaz de encantar. Em certos momentos, o jogo ficou horroroso, principalmente porque os espanhóis, assim como os holandeses, não sabiam o que fazer com a bola. Eles podem até ostentar o título, pelos próximos quatro anos, mas, definitivamente, não tem nada de especial. A vitória foi suada, também para a torcida.

A lamentar, o fato que este futebol será, agora, considerado o melhor do mundo. O que aumenta a tristeza. Qualquer time mediano brasileiro, de um passado não muito distante, acabaria com essa Espanha, que corre muito, mas não tem objetividade, não surpreende e faz gols em conta-gotas. No final das contas, contudo, a Copa acabou ficando em merecidas mãos.

A comemorar, a beleza dos estádios, as paisagens deslumbrantes, a mensagem de alegria, a capacidade, a competência e o esforço de um país, que até bem pouco tempo vivia um regime de terror e segregação, para realizar o maior evento mundial. A África do Sul não só foi capaz de organizar uma competição de altíssimo nível, como mostrou ao mundo que quando se quer, tudo é possível. O que faz lembrar as palavras de seu maior líder, Nelson Mandela: "Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você.E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo".

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