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Bruno facts explicado

Esclarecimento: ontem, só de sacanagem, publiquei o post "Bruno facts", uma coletânea de frases que ouvi de amigos, de filhos e lidas na internet. Tem até coisa da minha lavra. De fato, a ideia era chamar a atenção para os absurdos que estão dizendo, embora fazendo piada com um negócio sério.

Para surpresa minha, o post bateu todos os recordes de acesso neste blog. Nada menos que 190 visitas únicas, mais de 200 pageviews! Não faltaram, inclusive, comentários, fazendo graça em cima das bobagens ali escritas. Comparado com outros, esse número é uma mixaria, mas, pra mim, foi completamente inesperado, e, também curioso.

É o tal negócio, minha leitura é que acabei pegando carona na imensa exposição que o pobre goleiro está sofrendo. De certa forma, me arrependo um pouco. Novamente, não sei se o Bruno é culpado, ou inocente, embora as suspeitas sobre ele sejam muito fortes. Eu preferia que não fosse, pois o time do Flamengo vai sentir muito a falta dele, e tem também a comoção que os pequeninos torcedores do Fla estão sentindo, quando ouvem os amiguinhos, principalmente vascaínos, botafoguenses e tricolores, apontando os dedinhos e chamando o Bruno de assassino, palavra que, provavelmente, nem compreendem a extensão. Muitos deles, estão sofrendo com essa verdadeira tragédia.

Na verdade, tudo isso é para lamentar. Um jovem abandonado pelos pais, que lutou muito e venceu, tornou-se ídolo, em uma posição difícil como a que ele joga, que alcançou o sucesso e poderia chegar ao topo, tudo isso com apenas 25 anos, atira fora um futuro brilhante, por um capricho, um julgamento errado, um comportamento equivocado, para dizer o mínimo, por se envolver com quem não devia, pela falta de lapidação e pelo temperamento explosivo. Isso, se ele não tiver matado, ou mandado matar a moça. Se essa for a realidade, eu reformularia dizendo que ele desperdiçou a carreira por causa de um gesto brutal, insano, imperdoável; por ser um débil mental, um monstro, um desclassificado, um criminoso doentio, que merece o pior castigo que puder lhe ser aplicado.

De qualquer forma, tivesse ele aceitado o fato, mesmo que não fosse real, e desse à jovem a cobertura financeira que pedia (me parece que era tudo que ela almejava), por mais que isso pudesse custar-lhe alguns caramingüás a menos no banco, teria sido muito mais inteligente e menos gente seria afetada, menos destruição aconteceria. No final das contas, não foi só a vida de Eliza que acabou (se ela estiver, mesmo, morta), mas a do próprio Bruno, e quase todos em volta dele. É como diz a minha mãe: "quando a cabeça não pensa, o corpo padece". E eu acho que o Bruno vai padecer, um bocado. Uma pena, pela jovem Eliza, e por tudo que ainda vai acontecer.

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