É um desafio e tanto buscar as razões dessa melhora. Pra quem não gosta de Lula, e muito menos de sondagens, a coisa esté entre um erro dos institutos que realizaram a pesquisa até supor que tem tanta gente no bolsa-esmola que o resultado não poderia ser outro. As hostes governamentais, como esperado, atribuem o índice à diminuição da miséria, o aumento do poder de compra dos mais pobres e o bom desempenho da economia.
É verdade que houve pequena melhora dos indicadores - afinal este foi o primeiro ano com crescimento acima de 5%. E isso não tem nada a ver com a ação do governo. A conjuntura internacional ainda passa por um ciclo positivo, garantindo exportações em alta, os investimentos estrangeiros no Brasil continuam fortes e o empresariado brasileiro, na sua maioria, está melhor preparado para enfrentar a globalização. A proteção da moeda, com um homem oriundo do PSDB há 5 anos no comando do BC, e o aprofundamento da política econômica de FHC (a escamoteada herança bendita) são as únicas contribuições do governo para esses resultados. Pois ele joga muito contra o patrimônio. A corrupção alcançou um patamar que beira o descontrole - é mensalão, cartão corporativo, obras super-faturadas, desperdício em todos os setores, a roubalheira é geral. O aparelhamento do estado, o monumental inchaço da máquina pública, o bolsa-esmola, as agressões ao estado de direito, a incompetência nos ministérios, em especial o da Saúde, e a taxação exorbitante da produção constituem apenas uma ponta do iceberg.
A verdade é que o país avança, independente dos atos e obras do governo. Como tem que ser. O governo é um ator com papel secundário. Infelizmente, ele é invejoso e teima em ser protagonista. Em vez de apoiar os que realmente fazem alguma coisa, o governo usurpa e não entrega nem uma coisa nem outra.
Isto mostra o quanto "estipaís" precisa, cada vez mais, que estejamos vigilantes, que tenhamos uma imprensa livre, e de quem fiscalize e denuncie o que essa gente faz.
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