Não bastasse a crise econômico-financeira, que vem destruindo empregos e tirando o sossego das empresas e das famílias, políticos de alto coturno e membros destacados do poder judiciário agora se envolvem em um episódio que tem tudo para acabar mal. De um lado, um juizeco, arrogante e prepotente, que nos últimos tempos vem assumindo posições exóticas e controversas, especialmente quando se trata de temas envolvendo o PT e seus acólitos, e um dos expoentes do familismo e nepotismo que grassam no Judiciário brasileiro; devedor de Dilma, que nomeou-lhe uma filha, de apenas 37 anos, para o cargo de desembargadora do TRF da 2ª região. De outro, Renan Calheiros e a Mesa Diretora do Senado, onde se abrigam alguns dos principais representantes da oligarquia e do petismo em derrocada, que ainda dominam uma parte do cenário político da República.
A decisão da Mesa Diretora do Senado de apoiar a atitude do (ainda) presidente da Casa de não acatar a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello de afastá-lo do cargo é mais uma excentricidade com a qual nos brinda a classe política brasileira, mas atende mesmo é pelo nome de crime de desobediência. Aliás, já se fala que há no Ministério Público Federal quem classifique o ato de "golpe institucional".
Com efeito, nesse caso, não é difícil concluir que o crime de desobediência é coletivo, cometido por toda a Mesa Diretora que assinou o comunicado no qual se recusa a cumprir a decisão do STF.
Apesar de um equívoco bestial, não é de esquecer que qualquer decisão judicial precisa ser cumprida, independentemente de ser decretada por um celerado, que mais parece querer apagar incêndio com gasolina do que manter a estabilidade institucional e garantir a abalada harmonia entre os poderes.
Com efeito, nesse caso, não é difícil concluir que o crime de desobediência é coletivo, cometido por toda a Mesa Diretora que assinou o comunicado no qual se recusa a cumprir a decisão do STF.
Apesar de um equívoco bestial, não é de esquecer que qualquer decisão judicial precisa ser cumprida, independentemente de ser decretada por um celerado, que mais parece querer apagar incêndio com gasolina do que manter a estabilidade institucional e garantir a abalada harmonia entre os poderes.
O impasse está criado e logo mais vamos conhecer o que o plenário do Supremo decidirá a respeito. Qualquer que seja, porém, só posso ver os envolvidos como péssimos brasileiros, responsáveis por esculhambar de vez com as instituições. A ousadia de um resultou na afronta do outro. Quem perde é o povo, que assiste, estupefato, a um dupla de idiotas a fazer merda em praça pública. Não precisávamos de mais um espetáculo deprimente e humilhante como esse. E deixam o pior recado possível: daqui pra frente, se a lei vale para todos, se você achar que deve, pode ignorar uma ordem judicial.
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