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O ano do Armagedom

Aqui chegamos: 2012, o ano do Armagedom - aquele não vai acabar. Pelo menos é nisso que muita gente acredita, com base na previsão dos Maias, pela qual o alinhamento da Terra com o centro da Via Láctea, fato que ocorreria a cada 26000 anos, causará violentas catástrofes e a destruição do mundo como o conhecemos.

Alvoroço parecido aconteceu às vesperas da virada do milênio, quando muitos lembraram da frase, atribuída a Nostradamus, e que alguns ignorantes diziam estar na Bíblia, "a 1000 chegará, de 2000 não passará". E se de 2012 passarmos, logo será lembrada a que prevê o "juízo final" para 2034, conforme o cálculo das Testemunhas de Jeová, e assim por diante.

Essa idéia de finitude do planeta, paralela à inerente condição humana, desde sempre povoou o imaginário das pessoas e recorrentemente há alguém a lembrá-la, invocando um caráter científico, místico e espiritual supostamente existente nas tais previsões. Os mais impressionáveis e apavorados, com a ajuda de programas de TV, páginas da web e toda sorte de publicações e informações já estão iniciando os preparativos para o apocalipse. É inacreditável o que estão fazendo.

Talvez por isso estejamos assistindo a um agravamento, cada vez maior, da corrupção, da roubalheira, das separações, da falta de solidariedade, da violência, do consumo de drogas, e do restante das mazelas humanas. Com a proximidade do fim, não importam valores, como honestidade e ética, não vigoram laços afetivos, não importa mais nada. O negócio é ter e aproveitar o máximo. Está tudo abonado. Que o diga a galera de Brasília, políticos e governantes de uma maneira geral.

Não vou perder meu tempo refutando essa coisa ridícula. O que me impressiona são esses "efeitos colaterais" e que, explorando esses crédulos, tem gente ganhando um monte de dinheiro com tudo isso.

Quando o 22 de dezembro de 2012 chegar, e nada tiver acontecido, sempre será possível dar a desculpa que os cálculos estavam errados. Afinal, o mundo não acabaria logo numa sexta-feira, não é mesmo?

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