Antonio Palocci, ex-Chefe da Casa Civil e o primeiro da fila, foi acusado de enriquecimento ilícito. Pedro Novais (PMDB, ex do Turismo) foi acusado de fazer uso de verbas públicas em benefício próprio. Já o Lupinóquio, o tal "pesadão", saiu porque reunia disso tudo um pouco.
O tiro de misericórdia em Lupi foi dado pela Folha de SP, mostrando que o ministro teria sido "funcionário fantasma" da Câmara dos Deputados e teria acumulado cargos de maneira irregular, como assessor parlamentar em mais de um órgão público, o que constitui CRIME.
Para não parecer pautada por ninguém, e não tendo percebido que a faxina que a imprensa vem fazendo lhe era benéfica, desta vez, a Dilma saiu bem mal na foto, apesar da cobertura de teflon que herdou do Apedeuta. O cacife que ela adquiriu antes, foi, provavelmente, todo gasto agora. Será difícil despegar a imagem de tolerante com malfeitos, leniente com aliados corruptos, descuidada com a coisa pública.
Embora esta não seja a minha especialidade, não creio que precise ter grande saber jurídico para classificar o comportamento da presidente como um caso típico de infração da Lei de Responsabilidade. O artigo 9º, item 3, da referida Lei, prescreve: "são crimes de responsabilidade contra a probidade na administração, não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos ou prática de atos contrários à Constituição".
Manter Lupi no cargo, ainda que sangrando feito touro em arena, claramente, pode ser visto como atentatório contra o citado artigo. À causa das denúncias se junta outro crime de responsabilidade, deste mesmo ex-ministro, previsto no artigo 13, item 4, onde está dito que constitui crime "prestar informações a qualquer casa do Congresso com falsidade".
Ninguém ignora, muito menos a presidente, que Lupi mentiu, DESCARADAMENTE, em seu depoimento no Senado Federal. MENTIU, DESPUDORADAMENTE, com a cara mais lavada. E ainda se deu ao luxo de, descuidadamente, simular um lapso de memória, recorrendo a um papel, num desempenho de ator de quinta categoria, quando perguntado se conhecia o empresário ONGueiro, Adair Meira, cujo avião serviu-lhe em uma viagem. O próprio Adair desmentiu o (finalmente) ex-ministro afirmando que não só estava no avião com Lupi, como o "esquecidão" jantou na casa dele. Só este fato basta para enquadrar a ambos, ex-ministro e a presidente, na Lei de Responsabilidades. As provas estão em todos os jornais do País, sobejamente documentadas, e levaram o Conselho de Ética a recomendar a saída de Lupi.
Como por aqui existem leis feitas para não ser cumpridas, Dilma sobreviverá a mais esta estripulia. Ela não deve esquecer, porém, que já tem mais dois ministros balançando: Mário Negromonte, das Cidades, que terá que se explicar à Camara dos Deputados, entre outras patifarias, sobre o aumento de 700 milhões em obras no Mato Grosso e (novamente) irregularidades com ONGs (sempre elas), e o ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, suspeito de tráfico de influência em consultorias milionárias, quando ainda não tinha cargo público.
O importante pra nós, meros cidadãos pagadores de impostos, é que a faxina da IMPRENSA continua. Dilma tem ABSURDOS 39 auxiliares diretos, o que nos permite pensar que, continuando neste ritmo de um por mês, daqui a 32 meses, a coisa estará, devidamente, faxinada. O diabo é que ela troca o ministro, mas, deixa a chave da porteira na mão do partido do que está saindo. Não adianta, portanto, muito. Mas, já é alguma coisa.
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