"Just call my name, and I'll be there." Quando o Michael cantava esses versos no final dos anos 60, um dos maiores sucessos dos Jackson Five, o mundo já se encantara com o garoto-prodígio cuja voz de soprano se destacava não só entre os irmãos, mas como das mais perfeitas e afinadas de todo o show biz.
Compositor, cantor, coreógrafo, produtor, dançarino, ator, Michael foi um dos maiores gênios que o universo musical conheceu no século passado. Talento, arte, inspiração, competência, meticulosidade, dedicação, persistência e qualidade musical se combinavam com perfeição naquela figura mutante e agitada, fazendo dele o artista mais conhecido e completo do mundo - o verdadeiro e único rei do pop.
Uma lenda viva da música, Michael teve uma vida conturbada e controversa, mas fez o que a imensa maioria dos que por aqui passam, não faz: - tornou, com sua arte, este, um mundo melhor. A sua contribuição é incomparável e inigualável: depois dele, tudo mudou nas produções musicais - dos video clipes aos shows, composição, arranjos, presença no palco, gravação, distribuição, etc. Michael Jackson é um divisor de águas.
Michael se preparava para uma exaustiva turnê de 50 shows a ser iniciada em Londres. O silêncio prematuro nos priva de saber o que ele faria diante de tamanho desafio. Para alguém que vivia se reciclando e surpreendendo pela extrema qualidade do que fazia, aposto que o cancelamento inevitável é perda irreparável.
Como sempre, perdemos, todos. Nem vale a pena justificar. Nessas horas, não fôsse a morte parte integrante da vida, eu estaria revoltado com quem fez as coisas do jeito que são. É com dor e pesar que escrevo sobre algo que nunca imaginei fosse escrever. Que sua alma inquieta encontre o merecido descanso, com nossos melhores e maiores agradecimentos.
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