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O ocaso do volei brasileiro

Depois de anos de hegemonia planetária, o volei brasileiro vive hoje, claramente, um momento de declínio. Desde o começo da Liga Mundial perdemos uma quantidade de jogos jamais vista na era Bernardinho. França, Sérvia, Estados Unidos, Russia, todo mundo tirou uma casquinha dos atuais campeões olímpicos. Esses adversários, que antes nos respeitavam, com todos os problemas, agora se sentem em condições de vencer o Brasil.

Bem que o meu amigo Bernardo Resende tentou, mas não conseguiu acompanhar a evolução que as mais fortes equipes do mundo experimentaram nos últimos tempos. Houve pouca renovação, Giba tem se machucado com muita frequencia e a briga com Ricardinho resultou em uma perda acentuada de qualidade, em posição vital para o time.

O levantador é o motor e a alma de qualquer equipe. É quem aciona o ataque e define como a jogada vai terminar. Os EUA ganharam a Liga por terem um levantador acima da média. E nós perdemos muito. Marcelinho é um bom jogador, mas é só isso. Falta a ele a criativade, a clarividência, o improviso, a malícia, a visão e a capacidade que só os craques possuem. O Brasil contava com o jogador considerado o melhor do mundo na posição, e sabe-se lá por que, não soube promover a reconciliação. Com ele, poderíamos aproveitar muito mais o potencial dos excelentes Dante, André Nascimento, e Gustavo, bem como os promissores Murilo e Samuel, além, é claro, do cracaço Giba.

Apesar de tudo, penso que ainda dá pra sonhar com uma medalha. A competição é longa e a equipe precisa jogar bem. Acho que o Bernardo e o restante da comissão técnica devem focar no aspecto psicológico e usar mais os novatos. A volta do Giba vai ajudar, mas a equipe tem que levantar a cabeça e acreditar. Depois de assistir a tantas derrotas brasileiras neste início de Olimpíada, o volei masculino tem que se cuidar pra não ser a nossa maior decepção.

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