Pular para o conteúdo principal

Oportunidade para o nosso álcool

Os americanos ainda contabilizam os danos causados à cultura de milho pelas tempestades e inundações ocorridas no último mês no meio-oeste americano. Só em Iowa, o maior produtor desse tipo de grão da região, estima-se uma perda de 10% da área plantada. Isso ajudou no aumento de cerca de 19% no preço do etanol apenas no último mês.

Com a projeção de um aumento de 6 para cerca de 20% na participação do combustível no total consumido no país, já se compara se a dependência do clima não seria um fator de risco para o abastecimento da América tão grande quanto o bombardeio de um oleoduto na Nigéria. A questão da vulnerabilidade climática se torna ainda mais grave quando se recorda que, há três anos, os furacões Katrina e Rita paralisaram um quarto da produção de petróleo durante semanas.

O Brasil tem diante de si, portanto, uma oportunidade de ouro de tornar-se o maior fornecedor de bioenergia para os Estados Unidos. Localizados relativamente próximos ao mercado consumidor, com um clima favorável, tecnologia, larga experiência e o melhor insumo para a produção de etanol - a cana-de-açucar, somados ao fato de esta cultura não tomar lugar da produção de alimentos, o que não ocorre com o milho, reunimos um potencial enorme para realizar esta tarefa. É chegada a hora de superar as nossas diferenças e agir para conquistar uma fatia deste mercado, que deve chegar a 100 bilhões de litros por ano, daqui a 10 anos, antes que algumas outras promessas tomem a nossa frente. Os americanos não estão parados e pesquisam fontes alternativas ao milho. Lula deveria aproveitar sua "amizade" com Bush e aprofundar essa questão o quanto antes.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Voltando devagar

Dois anos depois, senti vontade de voltar a escrever. Já havia perdido um bocado do entusiasmo, me sentindo incapaz de produzir algo interessante, que valha a pena ser lido, sentimento que pouco mudou. O que mudou foi o jeito como estou começando a ver as coisas. Outro dia, li algo que me chamou a atenção, tipo: "A arte não é para o artista mais do que a água é para o encanador”. E continuava, "Não, a arte é para quem a absorve, mesmo que o artista nem sempre tenha plena consciência do quanto isso é verdade. Pois sim, na verdade, a maioria dos artistas que ainda decidimos considerar entre “os grandes” estavam fazendo isso para fins em grande parte masturbatórios, em oposição à pura motivação de “querer criar algo para os outros." Aparentemente, trata-se de uma fala de um personagem de filme. Ainda estou por checar. Definitivamente, o que faço aqui não é arte, não tenho essa pretensão, no entanto, essa é sem dúvida uma questão estranha sobre a arte como um conceito, que a...

Perda irreparável

Na terça-feira passada, 17, fui surpreendido com uma das piores notícias da minha vida - um dos amigos que mais gosto, um por quem tenho enorme admiração, um irmão que a vida me deu, havia deixado este mundo. A notícia não dava margem a dúvidas. Era um cartão, um convite para o velório e cremação no dia seguinte. Não tinha opção, a não ser tentar digerir aquela trágica informação. Confesso que nunca imaginei que esta cena pudesse acontecer. Nunca me vi  nesta situação, ainda mais em se tratando do Sylvio. A chei que  ele estaria aqui pra sempre. Que todos partiriam, inclusive eu, e ele aqui ficaria até  quando ele próprio resolvesse que chegar a hora de descansar. Ele era assim,  não convencional e suspeitei que, como sempre fez, resolveria também  essa questão. Hoje em dia, com a divisão ideológica vigente e as mudanças nos códigos  de conduta, poucos diriam dele: que cara maneiro! M esmo os que se surpreendiam ou não gostavam de algumas de suas facetas, c...

História do Filho da Puta

John Frederick Herring (1795 - 1865) foi um conhecido pintor de cenas esportivas e equinas, na Inglaterra. Em 1836, o autor do famoso quadro "Pharaoh's Charriot Horses", avaliado em mais de $500.000, acrescentou "SR" (Senior) à assinatura que apunha em seus quadros por causa da crescente fama de seu filho, então adolescente, que se notabilizou nessa mesma área. Apesar de nunca ter alcançado um valor tão elevado, um outro de seus quadros tem uma história bastante pitoresca. Em 1815, com apenas 20 anos, Herring, o pai, como era tradição, imortalizou em um quadro a óleo o cavalo ganhador do St Leger Stakes, em Doncaster, na Inglaterra. Até aí, nada de mais. A grande surpresa é o nome do animal: Filho da Puta! É isso mesmo. Filho da puta. Há pelo menos três versões sobre a origem desse estranho nome. A que parece mais plausível (e também a mais curiosa), dá conta que o embaixador português na Inglaterra, à época, era apaixonado por turfe e também por uma viúva com q...