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Mostrando postagens de dezembro, 2016

Adeus 2016, salve 2017!

Novo Insulto aos brasileiros

No momento em que as enormes dificuldades e incertezas da conjuntura política, econômica e social do País não encorajam previsões auspiciosas de um Feliz Ano Novo, soa como escárnio a desfaçatez com que o Partido dos Trabalhadores vem a público para confirmar a intenção de lançar a pré-candidatura de Lula à Presidência da República “com um programa de reconstrução da economia nacional” Editorial do Estadão No momento em que as enormes dificuldades e incertezas da conjuntura política, econômica e social do País não encorajam previsões auspiciosas de um Feliz Ano Novo, soa como escárnio a desfaçatez com que o Partido dos Trabalhadores vem a público para confirmar a intenção de lançar a pré-candidatura de Lula à Presidência da República “com um programa de reconstrução da economia nacional”. Porque assim, afirma o presidente nacional do partido, Rui Falcão, “ficará muito claro para a população qual o objetivo dessa perseguição”, de que seu líder é “vítima”. É um desafio estimulante imagin

2016 - um ano pra não esquecer

A enxurrada de acontecimentos, muitos deles inusitados, fez de 2016, até onde vejo, o ano mais espetacular do século 21, superando até o trágico 2001, do ataque às torres gêmeas em Nova York, ou 2004 e 2011, das tsunamis na Indonésia e no Japão. 2016 teve de tudo, para todos os gostos e para todas as torcidas. Bob Dylan foi agraciado com o Nobel; a princesa Leia e sua mãe, Debbie Reynolds, morreram em dois dias; um ataque a uma boate gay em Orlando deixou 50 mortos; os britânicos saíram da União Européia; o avião que levava a equipe da Chapecoense para a disputa da final da Copa Sul-americana caiu por negligência, mas houve sobreviventes; o grupo terrorista Estado Islâmico intensificou ações de horror; o desemprego no Brasil passou de 12 milhões; diversos Estados brasileiros não pagaram os servidores; a recém-inaugurada ciclovia da avenida Niemeyer desabou; o Brasil teve eleições municipais e o Rio sediou a Olimpíada e a ParaOlimpíada; a Estácio foi vendida por mais de 5 bilhões; o emb

Uma pós-verdade para 2016

As Olimpíadas não deram ao baronato peemedebista o desejado período de carência para manobrar — e o Rio de Janeiro deu mostras de que, em seu cotidiano de violência, não havia lugar para o espírito olímpico por Carlos Andreazza O pacto firmado entre Luiz Inácio Lula da Silva e Sérgio Cabral, tão logo este se elegeu governador, em 2006, atrelou o destino imediato do Rio de Janeiro ao do Brasil. Foi bacana por um tempo. O boom do petróleo chancelava a farsa a que gostosamente nos entregávamos: enquanto houvesse dinheiro, até mesmo Eike Batista seria futuro. As pessoas queriam crer — a imprensa comprara o enredo — e então, de súbito, tínhamos a maior quantidade de estadistas da história das relações entre os palácios do Planalto, Guanabara e da Cidade. Com Lula, Dilma Rousseff, Sérgio Cabral e Eduardo Paes, todos unidos e cooperando entre si, o destino do estado era a glória inequívoca — um exemplo de vitalidade federativa. Em 2009, na Dinamarca, eles penduraram esse retrato na parede, a

Fraude amazônica

Perícia em apenas 53% dos contratos da usina de Belo Monte revela desvio de dinheiro público em volume equivalente à metade das perdas da Petrobras com corrupção José Casado, O Globo É um colosso plantado na Amazônia, no leito do rio Xingu, na altura de Altamira (Pará). Vai começar este verão com a quarta turbina instalada, depois de 41 anos de um conturbado processo de planejamento e execução de obras. Ganhará outros quatorze motores até o Natal de 2019, transformando-se numa das maiores usinas hidrelétricas em operação no planeta. A energia vai ser extraída de um lago artificial de tamanho equivalente a 64 áreas como Copacabana. Quando estiver operando à plena força, Belo Monte terá capacidade suficiente (11.233,1 MW) para abastecer 40% das residências brasileiras. Erguida em concreto suficiente para a construção de 48 Maracanãs, a usina de Belo Monte se tornou um majestoso monumento à fraude em negócios do setor público, a um custo que já supera R$ 30 bilhões. A primeira anális

O dedo do PT

Os atos de vandalismo, travestidos de manifestações, promovidos em várias capitais, contra a aprovação da PEC do Teto, dão uma medida da irresponsabilidade dos que levaram o País a uma das piores crises de sua História Editorial do Estadão Os atos de vandalismo, travestidos de manifestações, promovidos em várias capitais, com destaque para Brasília e São Paulo, contra a aprovação da emenda constitucional que estabelece limite aos gastos da União nos próximos 20 anos, a PEC do Teto, dão uma medida da irresponsabilidade dos que levaram o País a uma das piores crises de sua História e ainda querem, agora, criar todas as dificuldades para a adoção das medidas que se impõem para consertar o estrago monumental que fizeram. Tudo isso misturado ao ódio e ao ressentimento cultivados pelo PT e seus apêndices, os chamados movimentos sociais, nos anos em que estiveram no poder. De Norte a Sul, do Acre ao Rio Grande do Sul, em 14 capitais, aquilo a que se assistiu na terça-feira passada, tão lo

Fora Tender!

Só um governo popular teria a sensibilidade de conectar os cofres públicos diretamente ao coração sofrido das empreiteiras Denunciado novamente na Lava-Jato, Lula soltou uma nota, por intermédio de seu Instituto, criticando os procuradores da operação. Um trecho dela diz o seguinte: “Os procuradores da Lava-Jato não se conformam com o fato de Lula ter sido presidente da República.” Esse argumento encerra toda a polêmica: os playboys da Lava-Jato não suportam a ideia de viver num país onde o poder já esteve nas mãos de um pobre. Felizmente, o ex-presidente tem amigos ricos, um partido rico e um instituto rico para bancar os advogados milionários que redigiram esse argumento matador. A nota complementa: “Para a Lava-Jato, esse é o crime de Lula: ter sido presidente duas vezes. Temem que em 2018 Lula reincida nessa ousadia.” Fim de papo. Está na cara que é essa a motivação do pessoal de Curitiba: se vingar de um nordestino petulante e cortar as asinhas dele. Mas este não é um país

O pesadelo de Fidel

por Luiz Felipe Pondé, publicado na Folha, 08/12/2016 A esquerda tem duas fases. A primeira, cujo último representante, Fidel Castro, acabou de morrer, podemos chamar de clássica ou romântica, ainda filha direta de Marx (aquele que pregava fuzilamentos sumários para frouxos e primitivos) e da moçada bolchevique, que também era chegada a métodos administrativos de fuzilamento. Fidel comia todas, além de vesti-las de soldadas. Um sujeito que merecia respeito. Fumava charutos, algo que fala bem do caráter de um homem, apesar de ditador e cruel. Pelo menos era sincero. A segunda, que podemos dividir em alguns subtipos, é mais acadêmica e bem-comportada. Prefere a cultura do "fitness" aos charutos. Quanto a comer todas, nem pensar! Considera isso coisa de "hétero machista". Combina com restaurante vegano e bike. Nada de gente sem doutorado, ou pelo menos mestrado. Ou que não tenha feito um curso de teatro ou dança. Se for "trans" em alguma coisa, melhor ain

Um STF acovardado

Os ministros do STF, atendendo um pleito de próceres da República, jogaram um pombo sem asa em nossos telhados. Não pode ser outra a conclusão, depois da esdrúxula e curiosa decisão do plenário da Corte Suprema de manter Renan Calheiros na presidência, afastando-o apenas da linha sucessória, a despeito de ter se tornado réu e da quantidade de processos a que responde, no próprio STF. Para aquelas cabeças coroadas, que decidiram de outra forma quando se tratava de Eduardo Cunha, um réu pode presidir uma Casa Legislativa, sem o menor problema. Liberam-no para agir contra seus acusadores, e para frustrar a acusação. Acumpliciam-se, assim, com o que existe de pior na política brasileira, trabalhando para tornar o ambiente ainda mais nauseabundo do que já se encontra. Um dos piores legados da malfadada era Lula é essa mixórdia institucional, onde se desconhecem limites, manobras são feitas para contornar a Lei, decisões casuísticas encobrem a proteção de interesses e se procura criar um

A desobediência dos senadores à ordem do "juizeco"

Não bastasse a crise econômico-financeira, que vem destruindo empregos e tirando o sossego das empresas e das famílias, políticos de alto coturno e membros destacados do poder judiciário agora se envolvem em um episódio que tem tudo para acabar mal. De um lado, um juizeco, arrogante e prepotente, qu e nos últimos tempos vem assumindo posições exóticas e controversas, especialmente quando se trata de temas envolvendo o PT e seus acólitos, e  um dos expoentes do familismo e nepotismo que grassam no Judiciário brasileiro; devedor de Dilma, que nomeou-lhe uma filha, de apenas 37 anos, para o cargo de desembargadora do TRF da 2ª região. De outro, Renan Calheiros e a Mesa Diretora do Senado, onde se abrigam alguns dos principais representantes da oligarquia e do petismo em derrocada, que ainda dominam uma parte do cenário político da República. A decisão da Mesa Diretora do Senado de apoiar a atitude do (ainda) presidente da Casa de não acatar a determinação do ministro do Supremo Tribun