Tinha dez anos quando Fidel Castro lançou a batalha econômica que chamou de "retificação de erros e tendências negativas". A raiva do Líder Máximo, em seguida, caiu sobre os agricultores privados e os intermediários que negociavam seus produtos. A praça dos Cuatro Caminos, em Havana, também conhecida como o Mercado Único, recebeu a investida oficial e depois desse "RAID", desapareceram de nossas vidas a cebola, o grão de bico, a pimenta e até mesmo o inhame. Quase uma década depois, quando o país tinha ido ao fundo do poço com o desabastecimento e a escassez de alimentos, o governo autorizou novamente os mercados agrícolas não-estatais. A primeira vez que me aproximei de uma barraca e comprei um réstia de alho, sem me esconder, era como recuperar uma parte da minha vida que me arrebataram. Durante anos, tivemos de apelar para o mercado ilegal, a precariedade da clandestinidade, para comprar desde uma libra de feijão até sementes de cominho para temperar a comid...