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Que país é este?



A reação do ministro Joaquim Barbosa às declarações do ex-presidente do Supremo, César Peluso, mostram o quanto ainda temos que evoluir, especialmente no que diz respeito ao decoro que os homens públicos deveriam ter enquanto investidos de cargos de tamanha relevância como os membros da mais alta Corte de Justiça do país.

Na minha modesta opinião, erraram os dois. O primeiro, intempestiva e fora de hora manifestando opinião sobre um colega; o segundo, devolvendo na mesma moeda, ou pior, jogando ainda mais baixo, decorando a imagem do desafeto com toda sorte de epítetos, como um colegial magoadinho, cheio de rancor e sede de vingança.

O Brasil não precisa de gente assim. Eles custam caro demais para estarem a brindar o distinto público com um espetáculo de terceira categoria como este. Não gastamos tanto com eles para vê-los trocar gentilezas grotescas, com suas togas ridículas, igualados ao que há de pior na cena pública.

Felizmente, um já está de saída. O outro, desafortunadamente, teremos que aturar, sabe-se lá durante quanto tempo.

Ambos envergonham a nação brasileira, não apenas por mostrarem como são vaidosos, como a que nível podem descer, e, para nossa desgraça, como não possuem o mínimo de vergonha em colocar suas próprias soberbas acima dos interêsses institucionais que deveriam preservar.

Perdemos todos com essa baixaria. Fico a pensar: estariam esses caras, efetivamente, capacitados a julgar o maior crime político já ocorrido na história do Brasil, como o mensalão?

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