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Palocci vai reabrir a banca




O governo não podia manter um de seus principais colaboradores, coordenador das ações de governo, virtual Primeiro-Ministro, a sangrar em praça pública. Mesmo com o arquivamento dos pedidos de investigação contra ele, determinado pelo Procurador-Geral da República, Antonio Palocci perdeu apoio e substância política para continuar no cargo. O desfecho era esperado, só não tinha data marcada.

Melhor para o Brasil. As suspeitas de tráfico de influência e enriquecimento ilícito não foram dissipadas com a entrevista que concedeu à TV Globo na sexta-feira passada. A longa conversa com Júlio Mosquéra de nada serviu, pela simples razão que ali Palocci fez a sua escolha: em detrimento da necessária transparência, ele preferiu "preservar" os próprios interesses (excusos?), calando sobre o essencial - a lista de clientes e a natureza dos serviços prestados.

O agora ex-ministro não deve estar infeliz. Afinal, em breve poderá reabrir a sua rentável banquinha, e voltar a faturar 10, 15, e até 20 milhões por ano. Como é funcionário único de si próprio, vai poder pagar muito mais facilmente o aluguel do apartamento alugado ao "laranja", que lhe custa mais de 200 mil a.a. Aliás, este é um ponto interessante: segundo informam os jornais, o "modesto" apartamento de 640 metros onde mora a família de Palocci tem aluguel de 13,5 mil por mês. Condomínio e IPTU elevam a despesa para cerca de 17 ou 18 mil. Ainda que Palocci acumulasse o salário de ministro de Estado com jetons de conselhos de empresas estatais - um truque comum pra dar mais dinheiro pra essa cambada -, os ganhos brutos não ultrapassariam R$ 30.000,00, ou seja, uns R$ 24 mil líquidos. Qualquer criança de terceiro ano do ensino fundamental sabe que, nessa hipótese, sobraria algo como apenas 6 a 7 mil para as demais despesas. Essa quantia, embora não seja pequena, com certeza não cobre as necessidades de uma família de 5 pessoas, que inclui ainda, certamente, uns 2 ou 3 serviçais. Isso me leva a crer que Palocci é, de fato, um patriota. Já que a quitanda está fechada, nestes quatro anos que estaria trabalhando para Dilma, ele estaria pagando para servi-la.



Que perda, hein? O desapego e o desprendimento do ex-ministro são admiráveis! Se eu não fosse tão cético, faria uma campanha para ajudá-lo a se sustentar até que reabrisse a impressionantemente rentável Projeto.



Agora que Palocci são águas passadas, Dilma pode se descolar um pouco mais da sombra do Apedeuta. Este episódio a enfraqueceu demais. Espero que aproveite a oportunidade. Quanto mais longe ele estiver, melhor.


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