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Tragédia anunciada

Ninguém, em sã consciência, poderia prever um evento climático da magnitude do que ocorreu na região serrana do Rio. Porém, conhecendo a recorrência de chuvas e o potencial de produzir tragédias do verão no sudeste, o poder público já deveria ter agido preventivamente, há muito tempo, no sentido de evitar a triste repetição desses problemas.

O que mais incomoda é a postura de governantes, autoridades e dos responsáveis por garantir que as consequencias de tais eventos fossem mínimas. Quando o Sérgio Cabral, com uma irritante desfaçatez critica a existência de construções irregulares, em locais de risco, parece que ele está no governo faz uns 15 dias, e não há QUATRO anos. Parece que não é ele a última instância no Estado a decidir o que fazer com relação ao assunto. Dá a entender que ele nada pode, e que "forças ocultas" o impedem de coibir essas ocupações e de construir as necessárias obras de engenharia, ou de realizar estudos geológicos, e estratégias de alerta e reação que o tema exige. Seria ridículo, se não fosse um dos piores aspectos da tragédia.

Depois de negar que investiu menos da metade do que estava previsto, o governador do Rio, simplesmente, assim como já tinha feito em Angra, no ano passado, se exime da responsabilidade, e coloca nas costas das vítimas a culpa pelo que aconteceu.

Surfando nas assim chamadas "pacificações", que só fizeram os traficantes se esconder um pouco, a população carioca reconduziu este incompetente ao cargo mais importante do Estado. Chegou a hora de cobrar dele um pouco de ação. Se deixarem, ele sai dessa como se não fosse com ele. Até quando o povo vai se deixar enganar por esse acólito de Lula, eu não sei. Só sei que como está, não pode ficar.

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