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O impacto do fim da contribuição sindical na economia



O fim da contribuição sindical obrigatória deverá levar à extinção de cerca de três mil sindicatos.

Será um duríssimo golpe na economia, justamente quando ela começa a dar sinais de recuperação.

A indústria têxtil perderá grande fatia do mercado interno com a redução em quase 100% da produção de camisetas vermelhas.

Num efeito cascata, produtores de pigmento vermelho (usado em bonés, bandeiras e bandanas) também serão afetados, juntamente com gráficas especializadas em faixas e cartazes.

Poderão fechar as portas as fábricas de megafones e de mortadela, assim como se prevê queda substancial no fretamento de ônibus para caravanas e na venda de pneus, fósforos e gasolina.

O maior prejuízo, entretanto, deverá ocorrer com a absorção dos sindicalistas pelo mercado de trabalho.

Sem prática em atividades produtivas, estima-se que haverá substancial aumento nos índices de acidentes de trabalho (pela incapacidade de operar maquinário, ligar ou desligar equipamentos, executar algum tipo de trabalho etc), queda na produtividade, maior incidência de defeitos de fabricação e colapso no atendimento ao público, por incapacidade dos ex-sindicalistas de entender o que deseja o cidadão.

Um programa de recuperação, nos moldes dos Alcoólicos Anônimos, e uma Bolsa Sindicalista que mantenha seu alto padrão de vida até que consigam prover seu sustento com o próprio trabalho (não mais com o trabalho alheio) seriam formas de amenizar a grave crise social provocada pela decisão do governo.

A venda do patrimônio dos sindicatos também poderia contribuir para a formação de um fundo de apoio aos ex-sindicalistas e suas famílias, mas teclados e "lepitopes" dificilmente encontrarão compradores, pois já estão muito desgastadas as teclas E, G, O, L, P, F, O, R. A, T, M, E, R e L, U, L, A, 2, 0, 1, 8.
As demais permanecem praticamente intactas.

Quanto aos trabalhadores, a única mudança perceptível será não haver mais o desconto em folha.



Autor desconhecido

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