Um mestre judeu um dia enfatizou que era importante não elogiar a pessoa que morreu, mas deixar que suas boas ações falassem por ela. Citando uma carta que seu sogro escrevera em 1920, após o falecimento de seu próprio pai, explicou que um verdadeiro líder é como um pastor que jamais abandona o seu rebanho, deixando atrás de si uma filosofia e um curso de ação definido. Dessa forma, explicou, “ele está ainda mais presente que durante a sua vida, pois sua alma está livre das restrições físicas do tempo e espaço.”
Antes que possamos responder a pergunta “O que é a morte?” devemos primeiro perguntar: “O que é a vida?” A medicina afirma que há vida enquanto o cérebro e o coração da pessoa estão em funcionamento. Porém, uma pessoa pode estar biologicamente viva mas não ter vida. Oscar Wilde costumava dizer que “viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”. A verdadeira fonte da vida, a energia que permite ao corpo funcionar, é a alma. E a alma, como está conectada com Deus, o Doador da vida, é imortal. Embora aquilo que entendemos como vida possa cessar com a morte, a alma continua a viver, somente numa forma diferente. Então, viver seria apenas uma passagem, um fio condutor entre o nascimento e a morte? Acredito que não. Na minha busca, penso que ninguém definiu melhor a vida do que a poetisa e contista goiana, Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, a Cora Coralina:
"Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."
Por todas as manifestações e sentimentos daqueles que lhe eram mais próximos, minha prima Ana Stella, com toda a sua luta, foi uma pessoa que distribuiu vida, amor e alegria por onde passou. Tenho certeza que neste outro plano pra onde foi, também será assim. E pra nós, que aqui continuamos, resta mirar no seu exemplo e agradecer por termos com ela convivido. Acredito que Deus sabe o que faz e a missão a ela confiada foi cumprida. Um beijo em todos. Descanse em paz.
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