O título recebido da UNESCO, da região entre o mar e a montanha, do Rio de Janeiro, honra a cidade, mas, faz pensar na mania que temos de ser "donos" das coisas. Enquanto, em inglês, a expressão "World Heritage" é interpretada como "herança mundial", as línguas latinas a traduzem por "patrimônio mundial". Uma grande diferença.
Patrimônio, classicamente, representa um conjunto de bens que pertencem a alguém. Precisa, portanto, de um qualificativo, para se entender melhor do que se trata. Sendo que não existe um patrimônio que é de todos. Só com muito esforço se pode ter esse entendimento.
Herança é o legado que alguém recebe, em razão de nascimento, ou que é transmitido, a quem de direito, em função de um desejo ou evidência do passado. Embora a paisagem, na sua maior parte, seja um presente da natureza, a intervenção do homem foi decisiva para tornar ainda mais bonito e interessante, o cenário carioca. Assim, está claro que o nosso Rio é o resultado do que nos deram Deus e os homens.
Esta consciência torna cada um de nós, cariocas, de nascimento ou por adoção, responsável por dar continuidade à obra deixada por nossos antecedentes, cuidando da cidade, do seu entorno, e do reforço dessa "alma carioca", também decisiva para a premiação. Parabéns ao Rio, que está cada vez mais lindo e acolhedor.
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