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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Lula, Lênin e a Petrobras, por Ruy Fabiano

Não se sabe se Lula conhece a palavra de ordem com que Lênin impulsionava sua militância: “Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é” Até aqui, quando se aborda o escândalo da Petrobras, pergunta-se quem a roubou, quanto e como o fez. A resposta é parcialmente conhecida: o achaque teve o PT no comando, coadjuvado por seus aliados PMDB e PP, e a quantia chegou à estratosférica casa das dezenas de bilhões. Conhecem-se alguns operadores, empresários cúmplices e os nomes de agentes públicos (parlamentares, governadores, ministros etc.) citados nas delações premiadas. A lista oficial, a ser divulgada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, está sendo aguardada para os próximos dias. Não se sabe se virá como denúncia ou pedido de abertura de inquérito, o que fará toda a diferença. Se denúncia ao STF e STJ (para o caso de governadores), os citados viram réus; se inquérito, o rito pode ser longo e diluir-se no tempo. O prejuízo, no balanço não auditado da empresa, tem cifras

Por um triz, por Merval Pereira

O que era dito meio às escondidas nas reuniões da equipe econômica com os coordenadores políticos do governo, agora está escancarado nas reuniões com as diversas bancadas da suposta base aliada: se não aprovarem o pacote fiscal, fica mais próxima a perda do grau de investimento do Brasil. A imagem do país no exterior já derreteu faz tempo, e a surrealista capa da revista inglesa “The Economist”, com uma passista de escola de samba debatendo-se num lodaçal, é o mais recente exemplo disso, depois de artigos os mais críticos possível da revista Time, do Financial Times, e por aí vai. Não há mais quem acredite nas intenções do governo petista, e a credibilidade do país está suspensa por um fio tênue nas mãos do ministro da Fazenda Joaquim Levy. A grande pergunta dos investidores estrangeiros é até quando Levy agüentará a falta de apoio político do principal partido da base, o PT? Se por um lado ele se tornou “indispensável”, por outro a presidente Dilma recusa-se a dar-lhe um aval público,

O tíbio e a cara de pau

O que o PT tem de cara de pau o PSDB tem de tíbio. Daí a desastrosa equação histórica a que o país está submetido A rejeição crescente ao governo petista – e que gerou 51 milhões de votos para Aécio Neves nas eleições presidenciais - não se traduz necessariamente na escolha do PSDB como seu antípoda. Aécio, que não é neófito em política, sabe que foi beneficiário de uma circunstância. O PSDB, idem. Saber aproveitá-la pode somar à carreira de ambos, mas, até que isso aconteça, o descrédito do sistema partidário coloca a todos no mesmo balaio. Recente pesquisa do Datafolha mostrou que mais de 80% da população não se sentem representados por nenhuma sigla - e desconfiam de todas. Romper esse estigma depende de algo mais do que contar com a incompetência e o desgaste do adversário. Depende de determinação e audácia, que têm faltado aos tucanos. Desde as eleições de outubro, o personagem que com mais firmeza enfrentou o PT é da própria base governista: Eduardo Cunha, do PMDB, que tem sido b

A saída é tirá-los de onde foram colocados.

O carnaval mal terminou e vem à tona mais malfeitos, prejuízos e roubalheiras petistas - a fraude milionária no Postalis (fundo de pensão dos Correios), e, de quebra, outra cretinice do atual Ministro da (falta de) Justiça. O caso Postalis envolve um ex-patrocinador do pólo aquático do Fluminense - o Banco BNY Mellon e a Atlântica Asset Managment, contratada pelo fundo de pensão para investir dinheiro em titulos da dívida brasileira no exterior, o que, em si, já é algo, no mínimo, esquisito. Relatórios da Securities and Exchange Comission (o órgão fiscalizador do mercado financeiro americano) apontam que papéis de instituições financeiras na carteira do Postalis tiveram o valor adulterado causando prejuízos que chegam a US$ 24 milhões (R$ 68 milhões). Já o ministro Cardozo não cansa de conspirar contra a Lava Jato tendo desaconselhado pessoalmente a UTC a partir para a delação premiada, em reuniões com advogados das empreiteiras envolvidas. O ministro falou até em “costura de um acordo

NÃO ADIANTA DEIXÁ-LA SANGRAR

Após estudo jurídico, o professor Ives Gandra Martins, - um dos maiores juristas do país, emitiu parecer afirmando haver, independentemente das apurações dos desvios que estão sendo realizadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, fundamentação jurídica para o pedido de impeachment da atual ocupante do Planalto, Dilma Roussef. O professor esclareceu que o julgamento do impeachment pelo Congresso é mais político que jurídico, exemplificando com o caso do presidente Fernando Collor, que afastado da Presidência pelo Congresso, foi absolvido pelo STF. Diante disso, é muito importante não criar expectativas com relação ao impeachment da Dilma. Apesar da opinião corrente de que ela tinha conhecimento de tudo e tem responsabilidade nos malfeitos, é preciso que isso fique demonstrado, e, ainda assim, será muito difícil mobilizar o Congresso para defenestrá-la. O trabalho será enorme e as investigações da lava-jato terão papel preponderante no que vai acontecer adiante. A despeito

Não tem mais como esperar

Esse cuidado todo, até com a citação da palavra impeachment, a espera pelo momento certo, o não queimar etapas, que tanto falam políticos, jornalistas e todos aqueles interessados no gravíssimo momento que vive o Brasil, tudo isso sugere um respeito e um zelo que gente como a Dilma, o Lula e essa esquerda asquerosa não merece. Estamos tratando com ladrões, corruptos, aproveitadores, vigaristas contumazes. E não  é um bando qualquer. Eles montaram o maior esquema de assalto aos cofres públicos jamais visto, possivelmente, na história mundial. As cifras são assustadoras. E a prática, reincidente. O petrolão é uma especialização e um turbinamento do mensalão. A corrupção e subtração de verbas foram levados a um patamar inimaginável, indecente, imoral.  Não podemos mais continuar sendo meros espectadores dos desmandos, roubalheiras, hipocrisia, despudor, mentiras e escândalos que perpetram o governo e seus representantes. É preciso que os homens de bem se incomodem, se constranjam, diant

O começo do fim

por Merval Pereira Mais uma etapa da desconstrução da hegemonia petista foi cumprida na noite de domingo com o alijamento do partido das principais funções da Câmara, como presidências de comissões ou postos na nova direção da Mesa, que será presidida, contra a vontade do Palácio do Planalto, pelo peemedebista Eduardo Cunha, que transformou a maioria megalômana que o governo teria teoricamente na Câmara em minoria de 136 votos, menos de 1/3 do plenário. O governo, em uma só eleição, perdeu o controle que sempre tentou manter sobre o Legislativo e já não é possível garantir que CPIs perigosas para ele, como a da Petrobras, deixarão de funcionar, ou terão sua constituição controlada pelo governo. Mesmo por que já não se sabe mais quem é governo e quem é oposição na Câmara, e tudo terá que ser negociado ponto a ponto, com ministros responsáveis pela articulação política tendo saído desgastados desse embate para a presidência da Câmara. O ministro em teoria responsável maior pelas rela

Chegou a hora, por Fernando Henrique Cardoso

Quando eventualmente este artigo vier a ser lido, a Câmara dos Deputados estará escolhendo seu novo presidente. Ganhe ou perca o governo, as fraturas na base aliada estarão expostas. Da mesma maneira, o esguicho da Operação Lava Jato respingará não só nos empresários e ex-dirigentes da Petrobras nomeados pelos governos do PT, mas nos eventuais beneficiários da corrupção que controlam o poder. A falta de água e seus desdobramentos energéticos continuarão a ocupar as manchetes. Não se precisa saber muito de economia para entender que a dívida interna (três trilhões de reais!), os desequilíbrios dos balanços da Petrobras e das empresas elétricas, a diminuição da arrecadação federal, o início de desemprego, especialmente nas manufaturas, o aumento das taxas de juros, as tarifas subindo, as metas de inflação sendo ultrapassadas dão base para prognósticos negativos do crescimento da economia. Tudo isso é preocupante, mas, não é o que mais me preocupa. Temo, especialmente, duas coisas: o ha