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Mostrando postagens de dezembro, 2014

Ja vi esse filme. No fim, o bandido ganha

Ricardo Noblat                                 A campanha da presidente Dilma, ela mesma, Lula e boa parte do PT debocharam do que disse a candidata Marina Silva (PSB) sobre como montaria seu governo caso se elegesse. Marina afirmou que simplesmente governaria com os melhores elementos de cada partido sem discriminar nenhum partido. É uma boba, garantiram alguns. Uma sonhadora, acusaram outros. Governar com os melhores é impossível, apenas isso. Ou Marina dominava uma receita que só ela conhecia ou então se pautaria pelo bom senso. E o bom senso lhe aconselhava a procurar gente decente, comprometida com a ética e talentosa para ocupar cargos do primeiro e do segundo escalão da República. E se essa gente fosse incapaz de lhe garantir a maioria dos votos no Congresso? E se por causa disso o governo capengasse? Marina confiava que não passaria sufoco porque, em primeiro lugar, governaria apenas por quatro anos. Descartara a reeleição. O que a seu ver seria o bastante para ap

Só tribufu

Mulheres que amamos

Nada sei sobre ela. E precisa?

Começa a surgir o custo do aparelhamento - Editorial d'O Globo

Há pelo menos nove anos, desde a denúncia do mensalão, em 2005, ouve-se o mantra lulopetista: “Todos fazem" e “Isso já foi assim no passado". Mas o assalto à Petrobras, cometido numa associação criminosa entre altos dirigentes indicados pelo PT, PMDB e PP, e empreiteiros pulverizou a desculpa, porque nunca antes na história do país surgiram evidências e provas de tamanho esquema de corrupção concentrado num único setor. Estatal de grandes proporções, a Petrobras volta e meia era motivo de rumores sobre desvios. Já se ouviram histórias de conluio de diretores com potentados árabes fornecedores de petróleo, no tempo que a empresa era a maior importadora individual de óleo do mundo. Também já circularam, há muito tempo, casos de conluio com fornecedores de plataformas, semelhantes ao comprovado agora na relação incestuosa entre a holandesa SBM, o diretor apadrinhado pelo PT Renato Duque e seu braço-direito Pedro Barusco — que se compromete a repatriar US$ 100 milhões embolsado

O plano

Quanto tempo temos para viver? Esta é uma pergunta recorrente na cabeça das pessoas. Um ano? Dez anos? Vinte anos? Dez dias? Dez horas? O que garante que logo mais ainda estaremos por aqui, vivos, tomando caminhos, comendo, bebendo, falando, olhando o mar, apreciando as montanhas, fazendo amor ou simplesmente em contemplação? Uma das coisas mais bem feitas pelo Criador, sem dúvida, é esta incerteza quanto ao dia da partida, do momento de ruptura definitiva com o mundo, do mergulho no desconhecido, do abandono a tudo que representa respirar, da constatação final. Felizmente, a data da morte não está marcada - eis aí uma das coisas mais belas da vida! Renan resolveu inverter esta lógica, ou quis invertê-la. Jovem, 36 anos, ainda com o corpo do atleta que fora na juventude, bem-sucedido, um casamento desfeito e inúmeras relações passageiras, decidiu que não importasse o que sucedesse, morreria no dia 01 de janeiro de 2015, não por coincidência, o dia em que completaria 40 anos. Tomou es

A desgraça de ficar sem Graça

por Mary Zaidan Diz a lenda que jabuticaba só existe no Brasil. Ainda que a tese seja controversa, já que há espécies nativas catalogadas no México, tudo aquilo, especialmente absurdos só vistos por aqui, é comparado com a frutinha negra. Seria mais exato se isso fosse feito em relação à Petrobras, possivelmente a única empresa estatal do mundo que carrega em si o orgulho de uma nação. E, agora, a vergonha. Vergonha expressa no e-mail que a ex-gerente Venina da Fonseca escreveu em 2011 para a então diretora de Gás e Energia Graça Foster, hoje presidente da estatal, reiterando alertas sobre esquemas de corrupção: “Do imenso orgulho que eu tinha pela minha empresa passei a sentir vergonha.” Venina foi fundo. Se verdade ou não, as investigações dirão. Mas os sentimentos dela, revelados pelo jornal Valor Econômico, parecem ser compartilhados não só pelos funcionários da estatal, mas por boa parte do país. Criada sob a égide de “o petróleo é nosso”, que uniu utopias de comunistas e n

Fantasmas do passado - o que fazer com eles?

Ter queixas do passado é normal. Quem não lamenta uma decisão errada, uma palavra dita em hora imprópria, uma atitude equivocada, um acontecimento fortuito negativo? Não creio que exista alguém que não se arrependa do que fez, ignore o caminho que trilhou, ou simplesmente se ache permanentemente certo. O fracasso, o erro, é apenas um evento. Há, portanto, que reconhecê-lo, e trabalhar com afinco para corrigi-lo.  Faz parte desta tarefa pedir desculpas, voltar atrás, promover mudanças, e também, olhar adiante, sem ansiar demais. O bardo William Shakespeare escreveu: "lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente." Concordo, mas, o  segredo parece estar em fazer os consertos necessários, não vivenciar problemas que ainda não apareceram e viver com seriedade e sabedoria o momento presente. E quando somos afetados pelo que os outros nos fizeram? Não há como viver sem adquirir cicatrizes. Podemos aceitar ou rejeitar a maneira como fomos/so

O PT complacente

A complacência do PT com seus membros envolvidos em escândalos de corrupção corresponde à própria formação física do partido, que se vendeu à opinião pública - com êxito, admita-se - como a imagem da pureza política quando já nos governos municipais estava envolvido em transações ilegais com empresas de coleta de lixo e licitações fraudulentas. Os assassinatos de prefeitos como Celso Daniel, de Santo André, e Toninho do PT, de Campinas, são os rastros deixados no plano municipal antes de o PT alçar-se enfim ao plano federal. Já não era mais a virgem pura que se autoproclamava, mas a complacência com as transgressões permitia que sempre voltassem a público como se virgens ainda fossem. O caso recente, do último fim de semana, é repetição como farsa do que acontecera anteriormente, quando da condenação dos líderes partidários no caso do mensalão. O diretório nacional do PT aprovou uma nova velha regra que prevê a expulsão de qualquer filiado comprovadamente envolvido em escândalos de cor